São Paulo – A CNH Industrial tem trabalhado “arduamente”, com sua cadeia de fornecedores, em busca de oportunidades para localizar componentes. Nos últimos anos este processo gerou economias e avanços relevantes, de acordo com Cláudio Henrique Bretz Brizon, seu diretor de compras para América Latina, que participou do primeiro dia do Seminário AutoData Compras Automotivas 2023, realizado de forma online até a terça-feira, 30.
O executivo disse que o Programa Super, de Supplier Performance, incentiva a cadeia de fornecimento a trazer novas ideias: “Os parceiros identificam oportunidades de otimização de valor do produto, seja por mudança no projeto, localização de tecnologia, alterações técnicas, e trazem para a CNH. No ano passado recebemos cerca de 150 sugestões, sendo que cerca de 25 foram consideradas positivas e algumas já foram implementadas no ano passado”.
Por meio do programa a CNH Industrial conseguiu gerar economia de R$ 500 mil nos últimos doze meses, valor que se estende para as empresas envolvidas nos projetos de economia, que também ganham com a redução gerada. Outro avanço foi na localização de componentes, que chegou a 150 novos itens no ano passado, gerando economia média de US$ 1 milhão nos últimos três anos.
O avanço da nacionalização fortalece os fornecedores locais e traz boas oportunidades de exportação para regiões como Estados Unidos e Europa, mercados com grandes volumes de compras. Brizon disse que o Brasil representa de 20% a 30% do total comprado pelas regiões citadas e, caso alguma empresa nacional consiga conquistar parte do volume que é entregue a partir de outra região, o incremento no volume produzido no País será relevante.
Para Brizon as oportunidades são menores quando se fala na localização de componentes com mais tecnologia embarcada, porque neste caso os investimentos são muito altos e não se justificam. Citou como exemplo o joystick usado para controlar máquinas agrícolas e de construção, com alto nível de tecnologia embarcada, que não justifica ser nacionalizado mas que poderia ter parte dos seus componentes produzidos localmente, com uma montagem local também, o que ajudaria na questão dos impostos sobre esses itens.
Além dos itens tecnológicos ainda existem muitas oportunidades de localização, segundo Brizon, como na parte de grandes peças injetadas de plástico. A CNH Industrial também trabalha com a Anfavea, startups e universidades em busca de soluções para reduzir custos, tornar viável a produção nacional de novos itens e resolver os principais gargalos atuais da indústria.