São Paulo – Os preços atrativos atualmente praticados para veículos 100% elétricos de entrada, na casa de R$ 150 mil, estão com os dias contados. Ao menos até a produção local efetivamente começar. Segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, o retorno do imposto de importação, zerado desde 2015, deverá começar a ser efetivado, de forma gradativa, ainda este ano.
“Estamos conversando com o governo a respeito, mas não acredito que chegue aos 35% de uma vez: haverá uma volta gradativa, com escalonamento, para que todas as empresas tenham previsibilidade durante a transição.”
Cálculos da Anfavea indicam que as importações de veículos 100% elétricos deixaram de render, em tributos, R$ 2,2 bilhões aos cofres públicos: “Metade deste valor é renúncia de importação de elétricos da China. É um país que consegue ter escala alta de produção e, em alguns casos, até subsídios para serem mais competitivos. Muitas marcas estão entrando no mercado brasileiro agora e, em alguns casos, abrem mão de margem para poder se consolidar”.
Nos últimos meses, após o lançamento do BYD Dolphin, sucessivos cortes de preços e a chegada de novos modelos fizeram com que o tíquete de entrada dos 100% elétricos caísse. Por R$ 150 mil, o preço de um SUV bem equipado, é possível, hoje, comprar um carro elétrico com bom nível de itens.
Segundo Lima Leite o retorno do imposto de importação para elétricos é consenso das associadas da Anfavea, que desejam a produção local dos carros com este tipo de tecnologia. Ele sugeriu, inclusive, a criação de um esquema de cotas, semelhante ao que existiu no Inovar Auto quando era possível importar modelos sem o Super IPI caso existissem projetos para sua produção local, para as empresas que hoje não produzem mas que planejam, mais à frente, fabricar 100% elétricos no País.