Para o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, o cenário atual acendeu sinal amarelo para a indústria
São Paulo – O sinal amarelo foi aceso pela diretoria da Anfavea. Em janeiro saíram das linhas de montagem 152,6 mil veículos, em linha com o volume de automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus produzidos no primeiro mês do ano passado. No mesmo período as importações cresceram 54% e as exportações caíram 43%. Esta equação, segundo o presidente Márcio de Lima Leite, é motivo de preocupação.
“Em janeiro os importados representaram 19,5% das vendas domésticas. É o maior porcentual dos últimos dez anos. A produção não cresceu e as exportações caíram, então a indústria nacional está perdendo espaço. Acendeu o sinal amarelo. Acompanharemos esta questão nos próximos meses.”
O presidente da Anfavea disse não existir um porcentual saudável de participação das importações: depende do tamanho do mercado, do volume produzido e das exportações e suas comparações com a série histórica. Mas garantiu que este atual patamar não é salutar para a indústria.
Não há, segundo Lima Leite, planos de qualquer pleito ao governo: segundo ele o momento ainda é de atenção. Ele ponderou que muito do volume é importação de empresas que já anunciaram investimentos no Brasil, como BYD e GWM, o que torna normal este descompasso: “Quando a produção começar as importações vão diminuindo”.
Com relação a dezembro, quando saíram das linhas 171,6 mil veículos, a produção recuou 11%.
A boa notícia é que 1 mil contratações foram efetivadas neste início de ano, elevando para 99,9 mil o número de trabalhadores com carteira assinada nas montadoras. Há um ano eram 102,1 mil pessoas empregadas.
Os estoques pouco alteraram de um mês para o outro: ao fim de dezembro os pátios de montadoras e concessionárias registravam 210,1 mil veículos, volume que subiu para 216,5 mil no fim do mês passado, suficiente para suprir quarenta dias de vendas.