São Paulo – Os problemas logísticos decorrentes das fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul começam a afetar a produção de veículos. Na Stellantis em Córdoba, Argentina, onde se produz o Fiat Cronos, a produção foi paralisada e não há data para o retorno, mesmo cenário da General Motors em Gravataí, RS, parada desde a semana passada. A Volkswagen protocolou férias coletivas em suas unidades brasileiras, uma medida preventiva para possíveis complicações no fornecimento de peças e componentes.
A Stellantis informou em nota que a paralisação na Argentina é decorrente dos problemas logísticos de alguns fornecedores: “O impacto sem precedentes da catástrofe em todo o sistema logístico de transporte e fornecimento de componentes somou-se à paralisação do órgão responsável pela emissão das licenças ambientais exigidas pela legislação vigente.”
A companhia afirmou, ainda, que segue analisando a necessidade de novas paradas em suas unidades na região.
No caso da Volkswagen as três fábricas paulistas poderão entrar em férias coletivas a partir de 20 de maio. Anchieta e Taubaté podem ter a operação suspensa por até dez dias, enquanto a unidade de São Carlos, onde a montadora produz motores, deverá paralisar por até onze dias.
“A fábrica de São José dos Pinhais, neste momento, seguirá produzindo normalmente. A Volkswagen do Brasil se solidariza com o povo sul-rio-grandense e reforça sua convicção de que a reconstrução desse Estado será realizada com a mesma grandeza dos gaúchos”.
A GM informou que as instalações da sua fábrica de Gravataí não foram afetadas pelas chuvas, nem os veículos em estoque no pátio, mas a produção não foi retomada ainda por causa da logística para chegada das peças, uma vez que as estradas dessa região estão bloqueadas ou em péssimas condições.
A montadora também enfrenta alguns problemas com cerca de cinquenta funcionários que tiveram suas casas atingidas pelas chuvas e que, segundo a empresa, estão recebendo o auxílio necessário.
Renault deverá seguir sem produção até quarta-feira
A unidade da Renault em São José dos Pinhais, PR, está sem produzir a terça-feira, 7, mas por motivo distinto. Em torno de 4,1 mil operários cruzaram os braços na Renault e na Horse, fábrica de motores que funciona dentro do Complexo Industrial Ayrton Senna, por não concordarem com as propostas de PLR, Participação nos Lucros e Resultados, e de dissídio coletivo.
Na quinta-feira, 9, a montadora obteve liminar junto Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, em Curitiba, PR, que determinou a volta imediata dos trabalhadores à fábrica, o que ainda não ocorreu, apesar do estabelecimento de multa diária de R$ 30 mil e de mais R$ 10 mil caso o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba continuasse vetando a entrada dos profissionais.
Audiência de conciliação iniciada na sexta-feira, 10, foi inconclusiva e novo encontro foi marcado para a quarta-feira, 15, às 14h. De acordo com o sindicato até lá a greve continuará e, antes que os metalúrgicos voltem a produzir, a nova proposta será apreciada em assembleia.