Fornecedora de tecnologia automotiva recebe montadoras para mostrar o que vem por aí no futuro
São Paulo – Embora jovem no mercado brasileiro, onde foi estabelecida em 2014 com produção local em Manaus, AM, a Harman foi crescendo ano a ano até conquistar, em sua linha de operação, cerca de 40% de participação de acordo com suas contas. Fabricante de equipamentos de áudio, centrais multimídia, sensores e câmaras, enxerga enorme potencial de crescimento pelo fato de a quase totalidade dos carros vendidos no País, hoje, agregarem sistemas da qual é fornecedora.
Nesta semana organizou em São Paulo um showroom das tecnologias que ainda sequer chegaram lá fora. Recebeu equipes de diversos clientes, as principais fabricantes de veículos aqui instaladas. A intenção, segundo o diretor sênior Flávio Sakai, é demonstrar às montadoras aquilo que pode ser agregado a seus planos de produtos.
“Trouxemos as tecnologias que foram apresentadas no início do ano no CES, em Las Vegas [Estados Unidos] e no MWC em Barcelona [Espanha]. São produtos que estão entrando em linha nos próximos meses e, alguns, com potencial de serem nacionalizados.”
A Harman trabalha, no Brasil, com três modelos de negócio: a produção de hardwares, que são os equipamentos que integram boa parte dos veículos comercializados no País, o desenvolvimento e fornecimento de software para diversos sistemas, como de infoentretenimento, e a assistência a produtos que chegam ao Brasil importados, por eles ou dentro dos veículos das fabricantes.
Dentre as tecnologias apresentadas destacam-se uma versão mais alongada dos head-up display, que pode se estender por toda a parte inferior do para-brisa proporcionando, segundo Sakai, mais segurança ao motorista, que recebe as informações na altura de seus olhos. Foi exposta também uma câmara que funciona como uma espiã: monitora o motorista durante todo o trajeto e consegue identificar se ele mantém os olhos na estrada, se está com sono, seus batimentos cardíacos e até suas funções cognitivas. Mais um item que, além de conforto, garante mais segurança.
São exemplos, assim como as telas Neo QLED da Samsung, gigante do setor de tecnologia que adquiriu a Harman em 2016, que ainda estão longe de chegar ao mercado brasileiro em grande volume – estas tecnologias começam a aparecer, primeiro, nos importados marcas premium. Mas a Ready Connect, unidade de controle telemática, que melhora a escalabilidade e a capacidade de atualização dos sistemas instalados nos veículos, já começa a ser produzida até o fim deste ano em Manaus.
Venceu o obstáculo de volume citado por Sakai: para serem nacionalizados os itens deverão alcançar escala de, pelo menos, em torno de 200 mil unidades produzidas por ano. Podem, assim, ser produzidos em Manaus e garantem aos clientes, as montadoras, redução nos custos que podem chegar a até 10% comparado com os importados.