Feito é raro, segundo a Anfavea. Média diária de emplacamentos, de 11,5 mil unidades, foi a maior do ano.
São Paulo – O volume de emplacamentos de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus em outubro, 265 mil unidades, superou, em uma rara situação, o total de vendas registradas na Alemanha no mês passado, 232 mil unidades. O mercado brasileiro ficou 15% acima do alemão, segundo divulgou a Anfavea na quarta-feira, 6.
“Esta foi uma das únicas vezes que o Brasil superou a Alemanha e passou a ocupar o quinto lugar do mundo em termos de emplacamentos”, afirmou o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite. O total comercializado no mês passado representa o maior volume de vendas dos últimos dez anos: desde dezembro de 2014 não era alcançado este patamar.
A média diária de vendas, de 11,5 mil unidades, foi a maior do ano. Ficou 11,1% acima do registrado em outubro do ano passado, 10,4 mil unidades, e 2,4% além do volume de setembro, 11,3 mil unidades.
No acumulado ano foram comercializados 2 milhões 124 mil veículos, 15% acima do mesmo período em 2023, 1 milhão 847 mil unidades. É a primeira vez desde 2021, pelo menos, que a barreira dos 2 milhões de veículos foi rompida em outubro. Em 2022 as vendas alcançaram 1 milhão 684 mil unidades e, no ano anterior, 1 milhão 740 mil.
Perguntado se a perspectiva de aumento da taxa básica de juros, a Selic, até o fim de 2024, poderá refletir negativamente na projeção de encerrar o ano com 2 milhões 560 mil vendas, Lima Leite refutou: “2024 já tem horizonte claro e definido”.
Em outubro a participação de veículos importados representou 17,7% das vendas, e a média do ano ficou em 17,4%. De janeiro a outubro quase 370 mil veículos comercializados no Brasil foram importados, acréscimo de 36% com relação ao mesmo período do ano passado, 271,3 mil unidades.
A Argentina perdeu participação, ao recuar de 64% para 48%, apesar de ter ampliado o volume em 1%, de 174,3 mil unidades para 176,1 mil, e ainda ser a principal origem dos veículos de outros países: “As exportações da Argentina para o Brasil refletem positivamente na nossa economia, pois os veículos feitos lá possuem alto conteúdo de peças brasileiras. Mas quando vemos uma diminuição da fatia impacta a nossa balança comercial”.
O movimento tem sido provocado pela maior presença de veículos chineses, principalmente os eletrificados. Nos primeiros dez meses de 2023 entraram no Brasil 26 mil unidades, o que conferiu à China 10% do total das vendas de importados — já no mesmo período deste ano a quantidade saltou 259%, para 93,6 mil unidades, e fatia de 25%.
“Se acrescentarmos o volume importado da China ainda em estoque este número sobe para 163 mil, o que configura alta de 526%, levando o total de veículos importados para 439 mil unidades.”
De acordo com o presidente da Anfavea de cada dois veículos importados de fora do Mercosul um é chinês.