São Paulo – O Grupo ABG não para de crescer. Para dar continuidade a seu plano de ampliar a verticalização do processo produtivo investirá R$ 100 milhões em 2025, o mesmo valor aplicado este ano. Os recursos serão aportados para a aquisição de uma empresa paulista, o que permitirá fazer internamente toda a parte de plásticos injetados e ferramentaria, hoje terceirizados, e também para joint-ventures com duas companhias europeias.
Foi o que contou com exclusividade à Agência AutoData o CEO do Grupo ABG, Alexandre Abage: “As joint-ventures permitirão a nacionalização de dois itens importantes da cadeia produtiva, tanto para montadoras como para o mercado de reposição, diretamente ligados à combustão”.
Mas não contou quais serão os produtos nem o nome das empresas parceiras, o que deverá ser divulgado no primeiro trimestre.
Abage sustentou, a despeito do avanço rumo à descarbonização, que a forma de propulsão de veículos a combustão ainda segue predominante em seus negócios: “Fabricamos, por exemplo, um item chamado corpo de borboleta. Tínhamos visão anterior de seguir com sua produção até 2029, o que já foi postergado até 2034. E possivelmente continuará seguindo”.
O executivo acredita que, se por um lado a hibridização é caminho sem volta, a eletrificação ainda é algo recente e que precisa ser vivida pelo consumidor, para que ele possa avaliar como é ser um segundo ou terceiro dono de veículo a bateria, o quanto ele desvalorizará e qual a sua vida útil: “Para países como Brasil e toda a América Latina, África e Índia o carro é um patrimônio. Se em seis anos o elétrico requerer a troca de bateria e valer mais a pena comprar outro, não é aplicável para estas regiões”.
Com os investimentos e o reforço na verticalização em busca de reduzir custos e ampliar a presença na cadeia o Grupo ABG tem a projeção de crescer 20% sobre o faturamento aguardado para 2024, de R$ 1,8 bilhão – que representará acréscimo de 28% sobre a receita de R$ 1,3 bilhão do ano passado.
Para Abage, além das aquisições, o faturamento deverá ser reforçado por novas nomeações e projetos: “Para 2028 a companhia já soma nomeações que totalizam R$ 3,2 bilhões. Por isto vislumbramos expansão de no mínimo 20% ao ano pela próxima década”.
Atualmente o Grupo ABG possui sete unidades de negócios: Neo Resil, Neo Rodas, Neo Steel, Neo Parts, Neo PWT, Neo Polímeros e Neo Usinagem. São nove fábricas em Vinhedo, Itupeva, Araçariguama, Tatuí, Salto, Araras e Diadema, SP, São Joaquim de Bicas, MG, e Campo Largo, PR. Com 2,3 mil funcionários, a expectativa é chegar a 2,5 mil após as aquisições do ano que vem.
Conglomerado aportará outros R$ 150 milhões em fábrica de rodas na Argentina
Dentro do processo de expansão da companhia será aberta uma fábrica de rodas em Zárate, Argentina, no último trimestre de 2025. Com capacidade para produzir 1,5 milhão de rodas por ano o plano é fornecer para todas as montadoras instaladas no País, embora fisicamente esteja ao lado da Toyota. Serão empregados quinhentos profissionais na unidade.
O investimento de R$ 150 milhões, adicionais aos R$ 100 milhões, ocorre em sociedade com a Mirgor, fabricante argentina de componentes automotivos como ar-condicionado, caixas de engrenagens, unidades de permutadores de calor e montagens de roda que celebra quatro décadas no mercado com forte pulverização de setores para os quais fornece, uma vez que produz também para os setores eletroeletrônico e eletrodoméstico.