São Paulo — A fabricante de canos de freio e partes do sistema de freios Movent, de Diadema, SP, é acusada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC de impedir a entrada do efetivo de cem trabalhadores na empresa desde o início do mês. Além disso a entidade observa que a empresa não efetuou os pagamentos da segunda parcela do décimo-terceiro salário e do convênio médico e que deixou de recolher o FGTS, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.
Como forma de protesto a sindicato organizou uma assembleia em frente à empresa, que manteve os portões e o estacionamento fechados. Segundo a entidade a empresa alega não ter recursos para comprar matéria-prima e voltar a produzir.
A Movent pediu recuperação judicial em 2023 mas, de acordo com o sindicato, esta foi a primeira vez que houve problemas de produção e com o pagamento desde que ingressou nesta condição, em que supostamente deveria cumprir plano para melhorar suas finanças. Reunião de credores que definirá o processo de recuperação judicial está marcada para 26 de fevereiro.
Crise começou com compra da Dana em 2018
Desde que o Grupo Movent adquiriu a Dana Diadema, em 2018, a crise foi instalada. Atrasos salariais passaram a ser frequentes assim como o não pagamento de férias, décimo-terceiro salário e PLR, participação nos lucros e resultados.
No início de 2023 a empresa empregava 440 profissionais quando dispensou 282 deles e não pagou as verbas rescisórias, conforme o sindicato, que relatou, ainda, acordos na Justiça do Trabalho para o parcelamento de valores que nunca foram pagos. Foi quando a empresa ingressou com pedido de recuperação judicial.
No ano passado voltou a demitir em massa com a mesma postura de não pagamento de direitos. De acordo com o sindicato “ao longo de todo este período foram realizados vários acordos com a Movent, todavia jamais cumpridos integralmente pela empresa”.
A reportagem de AutoData procurou responsáveis pela Movent mas não obteve sucesso.