Resultado operacional de quase € 7 bilhões em 2024 recuou em 4,3% frente ao ano anterior
São Paulo – As principais marcas independentes do Grupo Volkswagen – Volkswagen, Škoda, Seat, Cupra e Volkswagen Veículos Comerciais – aumentaram as vendas de veículos e as suas receitas em 2024, a despeito do desafiador cenário instalado pela entrada de novos participantes no mercado, principalmente fabricantes de veículos eletrificados, e da maior concorrência, o que fomentou a reestruturação da companhia.
Juntas elas integram o chamado Grupo de Marcas Principais, que tem como CEO Thomas Schäfer, também integrante do Conselho de Administração e CEO da marca de automóveis de passageiros Volkswagen.
Foram vendidos ao longo do ano passado quase 4 milhões 960 mil veículos, descontados os números da China, acréscimo de 2,8% ou 130 mil unidades na comparação com 2023. O resultado foi atribuído aos lançamentos, que trouxeram ganho de participação no mercado europeu de 0,9 ponto porcentual, para 20,1%.
O reflexo das vendas foi o crescimento de 1,6%, ou € 2,3 bilhões, sobre a receita do ano anterior, totalizando € 140 bilhões, visto pelo grupo das marcas como testemunho da atratividade da linha atual de modelos e da bem-sucedida coordenação do posicionamento das principais fabricantes. Quanto ao resultado operacional, de € 6,96 bilhões, houve queda de 4,3% ou € 310 milhões no comparativo com 2023.
A margem operacional fechou 2024 aos 5%, 0,3 ponto porcentual abaixo do ano anterior. Além de custos fixos maiores as despesas com medidas de reestruturação exerceram impacto sobre o resultado. Efeitos de volume e mix, custos otimizados de materiais e a reversão de provisões relacionadas a pessoal, devido a acordo coletivo de trabalho, tiveram seus reflexos.
O fluxo de caixa livre recuou 16,8%, para € 4,68 bilhões, com perdas de € 950 milhões, por causa do aumento dos estoques, o que foi atribuído a diversos novos modelos e a maiores investimentos na viabilidade futura do grupo de marcas.
Resultado operacional da Volkswagen despencou 27%
David Powels, responsável pelas finanças do Grupo de Marcas Principais e integrante do Conselho de Administração da Marca Volkswagen, no qual também responde pela área, ressaltou que apesar da competição o resultado geral relatado para a marca Volkswagen, a principal em volume, foi sólido.
Ela comercializou no ano passado 3,1 milhões de veículos, 3,1% mais que em 2023, o que gerou receita de € 88 bilhões, avanço de 2,2%. Isto foi atribuído, em parte, ao fato de que as vendas dos modelos ID aumentaram no segundo semestre.
O resultado operacional, por sua vez, caiu 27%, para € 2,5 bilhões, e a margem encolheu de 4,1% para 2,9%: “Os custos para as medidas de reestruturação tiveram impacto significativo em nosso desempenho. No geral o ano marcou uma virada para nós e agora estamos trabalhando consistentemente para tornar nossa organização mais econômica e alcançar sucesso sustentável”.
O programa de desempenho da Volkswagen otimizou a relação com o preço, reduziu o valor dos produtos e reforçou a estrutura para despesas gerais. Por exemplo: os custos de fábrica por veículo nas unidades da marca Volkswagen foram 3% inferiores aos do ano anterior, em parte como resultado da otimização de turnos. Ao mesmo tempo a marca usou recursos financeiros para reduzir os custos de pessoal na administração com vistas a fortalecer a eficiência e a competitividade.
David Powels ressaltou vendas da marca Volkswagen 3,1% maiores em 2024. Foto: Divulgação.
Plano é criar caminho para retorno sobre as vendas do grupo de 8%
O plano, daqui para frente, é melhorar a eficiência e expandir consistentemente a colaboração das marcas. No futuro a rede global de produção de 22 localidades será organizada em cinco regiões com o objetivo de alavancar sinergias e vantagens de custo regionais com vistas a estabelecer uma produção mais eficiente.
Com este mesmo intuito o número de países dedicados ao desenvolvimento técnico de todas as marcas também será reduzido. Em paralelo o tempo necessário para criar novos veículos será encurtado para responder mais rapidamente às mudanças de mercado.
Segundo Schäfer a união das marcas trará benefícios como custos de bateria, tempo de desenvolvimento e qualidade de software: “Os sólidos resultados financeiros no desafiador ano fiscal de 2024 confirmam que nossa estratégia está funcionando. E em breve, literalmente, mostraremos que é possível desenvolver e construir carros elétricos compactos de baixo custo na Europa”.
O programa Zukunft Volkswagen, acordado no fim de dezembro, estabeleceu a base para a competitividade da Volkswagen na Alemanha. O programa combina estabilidade econômica e emprego sustentável e abre caminho para a marca como o principal pilar do grupo para se tornar a fabricante de volume líder global em tecnologia até 2030. O objetivo é obter, no médio prazo, retorno sobre as vendas do grupo de 8%.