São Paulo – No primeiro bimestre foram produzidos 20 mil caminhões, crescimento de 10,5% sobre iguais meses de 2024, segundo dados divulgados pela Anfavea na sexta-feira, 14. Em fevereiro a produção atingiu 12 mil unidades, avanço de 17,8% na comparação com idêntico período do ano passado e de 48,9% sobre janeiro.
Para Eduardo Freitas, vice-presidente da Anfavea, “este alto crescimento sobre janeiro é reflexo das paradas nas fábricas em janeiro, por causa das férias coletivas que são concedidas todos os anos neste período, o que faz com que o mês seja mais fraco”.
As vendas de caminhões no primeiro bimestre somaram 18,4 mil unidades, expansão de 10,8% sobre iguais meses de 2024. Freitas disse, porém, que este avanço passa a impressão de ser mais positivo do que realmente é, pois ainda há muitas vendas que foram fechadas na Fenatran 2024 e o segmento pesado, que puxou o incremento no ano passado, caiu 10% em fevereiro e 1,4% no acumulado:
“Este dado nos chama a atenção porque foi este segmento que puxou o crescimento no ano passado. Agora estamos vendo uma mudança na tendência, porque os pesados dependem muito de financiamento e a taxa de juros chegou a níveis elevados – a do BNDES está em 16%. O preço do diesel também traz efeitos negativos e, muitas vezes, existe a demanda mas as contas não fecham e a compra é adiada”.
Diante deste cenário o setor está com o radar ligado para ver como será o comportamento da demanda nos próximos meses e entender se este crescimento será sustentado pelos leves e médios, que estão com demanda aquecida puxada pelo varejo.
Em fevereiro foram vendidos 9 mil caminhões, alta de 7,1% sobre fevereiro de 2024 e queda de 4,7% com relação a janeiro. Segundo Freitas o setor ainda está estável e a retração é apenas reflexo do menor número de dias úteis de um mês para o outro.
As exportações cresceram 70,3% no bimestre, 3,3 mil unidades. Em fevereiro foram exportados 2,3 mil caminhões, incremento de 73,7% na comparação com o mesmo mês do ano passado e expansão de 126,5% com relação a janeiro.