Desde 12 de março o governo imperial de Donald Trump impõe sobretaxação de 25% a aço e alumínio importados pelos Estados Unidos, sem isenções ou exceções e aparente pouca disposição em negociar. A medida gera impactos que vão além da tarifação dos metais e afeta produtos derivados de uma longa cadeia produtiva, incluindo os fornecedores de autopeças.
Isto porque a nova tarifa recai não só sobre aço e alumínio semiacabados – placas e blocos exportados que são laminados, forjados ou estampados para se transformar em diversos itens fabricados por indústrias localizadas nos Estados Unidos – mas também afeta produtos acabados como, por exemplo, autopeças metálicas que são exportadas.
Segundo calcula a Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos o mercado estadunidense é de longe o maior comprador de produtos de ferro e aço brasileiros, com 48% das vendas externas do segmento em 2024, equivalente a US$ 6 bilhões. Deste valor US$ 2,6 bilhões correspondem a aços semiacabados, algo como 4 milhões de toneladas de placas e lingotes exportados para processamento final nos Estados Unidos, fazendo do Brasil o segundo maior fornecedor do insumo, com 16% das compras do país, atrás somente do Canadá, com 6 milhões de toneladas e 21% do fornecimento, e à frente do México, com 2,7 milhões e 11%.
No caso do alumínio o impacto é bem menor, pois o Brasil representa menos de 1% das compras internacionais do metal pelos Estados Unidos, mas os US$ 267 milhões vendidos em 2024 corresponderam a 16,8% das exportações brasileiras em valor do produto, na forma de 72,4 mil toneladas que equivaleram a 13,5% do volume exportado.
AFETAÇÃO DAS AUTOPEÇAS
Esta reportagem foi publicada na edição 419 da revista AutoData, de março de 2025. Para ler sua íntegra clique aqui.
Fotos: Divulgação