O palmeirense Cláudio Sahad, novo presidente do Sindipeças para o mandato 2022-2025, conhece bem o setor de autopeças e a associação que agora dirige: é da família de Ramiz Gattás, presidente do Sindipeças por duas gestões, de 1962 a 1966, e filho de um dos pioneiros do setor no Brasil, Moysés Elias Sahad, fundador da Ciamet, a quem sucedeu no comando da empresa.
Uma das primeiras missões de Sahad será literalmente mudar o Sindipeças: a associação sairá de sua sede na Vila Nova Conceição, na avenida Santo Amaro, ali instalada desde 2003, rumo à região da Berrini, na Zona Sul de São Paulo, já neste segundo semestre.
Nesta entrevista exclusiva, uma das primeiras concedidas no cargo, ele afirmou que esta será a única mudança mais radical no Sindipeças, dados os bons resultados das gestões anteriores. Abordou ainda os desafios da indústria de autopeças no País, como eletrificação, ambiente de negócios, necessidade de investimentos e muito mais. Confira a seguir os principais trechos da conversa.
Qual a razão para a mudança da sede física do Sindipeças?
Recebemos uma oferta irrecusável pelo imóvel que abriga a sede hoje, pois o bairro está mudando de característica, está ficando mais residencial, com diversas construções de prédios de apartamentos pequenos. Já adquirimos uma nova sede. Pesquisamos bem, com calma, e escolhemos uma laje única de 1,2 mil m2 em edifício próximo à Marginal Pinheiros e avenida Luís Carlos Berrini, na Zona Sul de São Paulo. Pretendemos mudar no segundo semestre. Ficaremos todos em um único andar, um único ambiente, o que fará aumentar a sinergia do pessoal.
É possível fazer uma analogia da mudança física com a mudança na presidência da associação?
A gestão do Sindipeças vem sendo muito bem-feita ao longo dos anos. A equipe joga muito junto, começando pelos conselhos, tanto o superior quanto o de administração. Todos estão comprometidos com a melhoria das condições do nosso setor. Além disso nossa diretoria é profissional, não é mais voluntária como acontecia há alguns anos. Nossa base de funcionários também foi depurada, cada um conhece bem sua função, o ambiente é muito proativo. As decisões são tomadas em colegiado, democraticamente, respeitando a vontade da maioria. Em time que está ganhando não se mexe, então o objetivo é dar continuidade.
Quais serão seus maiores desafios à frente do Sindipeças?
Serão muitos. A indústria automotiva mundial nunca passou por um momento tão disruptivo. São muitas mudanças tecnológicas que exigem adaptação das empresas, como Indústria 4.0, digitalização, IA, Internet das Coisas… o Sindipeças hoje tem uma visão muito especial para as pequenas e médias empresas, os tiers 2 e 3, que inclusive são a maioria dos associados, dois terços do total. São os fabricantes de componentes, e sem eles a indústria não para em pé, teria que importar tudo. O papel do Sindipeças é, em primeiro lugar, prover informação a elas. Essas empresas têm que estar cientes das mudanças que estão acontecendo, é um trabalho de sensibilização, de mostrar que se não se adaptarem não terão competitividade, não conseguirão melhorar sua produtividade. E terão que trabalhar duro nisso. Depois, em um segundo momento, provermos condições para isso, e aí entra o Instituto Sindipeças de Educação Corporativa, criado ainda na gestão do Paulo Butori para ajudar essas empresas a se qualificarem.
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