No From the Top da revista AutoData 203 entrevistamos Achim Puchert, presidente da Mercedes-Benz do Brasil. Disponível em texto e em vídeo.
O economista e administrador Achim Puchert, alemão de 44 anos, é o mais novo presidente que a Mercedes-Benz já teve no Brasil em seus 67 anos de história. Mas não falta experiência ao jovem executivo que iniciou carreira no Grupo Daimler há vinte anos. Antes de assumir seu atual posto, em janeiro de 2022, era vice-presidente sênior da Daimler Truck & Buses para mercados internacionais.
Com esta experiência e após muitas vindas ao País para visitar familiares que já moravam aqui Puchert diz que ficou “entusiasmado e lisonjeado” quando foi indicado para assumir a operação no Brasil, que hoje é o maior mercado de caminhões e ônibus Mercedes-Benz no mundo.
Ele reconhece que a missão a ele confiada não é nada fácil: transformar a companhia no Brasil em uma corporação mais resiliente aos muitos altos e baixos do mercado e restaurar a rentabilidade na região. Puchert afirma que está acostumado às flutuações drásticas de vendas e que “o importante é estar preparado para reagir”.
E é o que ele está fazendo, iniciando, há um ano, um pesado plano de reestruturação que prevê o desligamento de 3,6 mil empregados e terceirização de várias atividades, com o objetivo de dar novo brilho e devolver rentabilidade à estrela que simboliza a mais antiga fabricante de veículos comerciais instalada no País. Segundo Puchert o plano está progredindo e deve colocar a corporação “no bom caminho até 2025”.
Uma montanha russa, começando no ano passado com a crise de fornecimento de chips de um lado e forte demanda dos clientes de outro, e nós tentando atender. Depois, este ano, vem o arrefecimento do mercado com a introdução dos modelos Euro 6, juros altos e demanda em queda… Combinado com tudo isso estamos em meio a uma grande transformação da empresa. Ao mesmo tempo ainda estou me familiarizando com o Brasil e com a América Latina, novo país, nova cultura, novas pessoas, nova maneira de fazer negócios, aprendendo o português, com muito espaço para melhorar.
Qual foi sua reação com a indicação pela Daimler Truck para liderar as operações da Mercedes-Benz do Brasil?
Fiquei muito entusiasmado e lisonjeado. Primeiro porque Brasil e América Latina são mercados muito importantes para a Mercedes-Benz Truck & Buses, representam um grande pedaço de nosso negócio. Sabia que a companhia não estava no mesmo estágio que se encontrava no passado, mas segue com muito potencial. Algo que me motivou a aceitar o novo posto é que já havia estado diversas vezes no Brasil, porque alguns tios e tias vivem aqui, então já conhecia o País e seu povo.
Qual missão a Daimler Truck confiou ao senhor para a operação brasileira?
Como disse a operação brasileira é muito importante para a companhia, temos uma longa história de 67 anos no País e uma trajetória bem-sucedida. Na última década não estivemos no nível que nós gostaríamos, mas seguimos investindo. A matriz acredita no potencial do Brasil e da América Latina, assim muitos investimentos foram feitos. Agora a missão é rentabilidade suficiente mesmo em momentos de desaceleração. Assim um dos tópicos é reestruturar o negócio, o que já estamos fazendo, para moldar a empresa para o futuro no horizonte até 2030, olhando para as transformações e tendências globais da indústria, com novos competidores e novas tecnologias.