Este texto faz parte do especial Órfãos da Ford, publicado na edição 388 da revista AutoData.
“Até hoje ainda é difícil de acreditar que a Ford não está mais ali. Mas se passar na frente agora é possível ver que já derrubaram todos os prédios, e isso cria uma tristeza muito grande.”
O relato é do metalúrgico Jaciel Gomes da Costa, 43 anos, doze deles trabalhados como assistente logístico na fábrica de São Bernardo do Campo, SP, fechada em 2019 após ser o local das operações da fabricante no Brasil por 52 anos.
Costa foi um dos 2,8 mil empregados diretos da fábrica do bairro do Taboão e integrou o grupo de 850 demitidos ao longo de 2019. Mas ele figurou em legado bem mais amplo de destruição de empregos e renda. Estimativas do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC apontam que 27 mil pessoas foram afetadas pelo encerramento das operações da Ford em São Bernardo.
Entram nessa conta quem passou por requalificação profissional, aqueles que conseguiram novo emprego, os que seguem desempregados, gente que teve de se deslocar da região para poutras cidades, profissionais que operavam na cadeia e proprietários de estabelecimentos comerciais do entorno da fábrica. Por exemplo: uma padaria que ficava na avenida Taboão fechou as portas, assim como uma pizzaria e alguns bares que ficavam próximos à saída dos funcionários. Os que sobreviveram devem o crédito à vizinha Mercedes-Benz.
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