A economia brasileira parece ter deixado para trás a recessão, concluiu o Informe Conjuntural, divulgado na quinta-feira, 14, pela CNI, Confederação Nacional da Indústria. De acordo com o estudo a economia brasileira crescerá 1,1% este ano e a indústria terá expansão de 0,2%. A expectativa é a de que 2018 será um pouco melhor, com crescimento do PIB de 2,6% e do PIB industrial de 3%.
A indústria automotiva tem papel fundamental na recuperação: a projeção da Anfavea para este ano é de alta de 25% na produção na comparação com o ano passado, e o Sindipeças também tem expectativas positivas, com expansão de 22%.
A Ford Caminhões afirmou, em comunicado distribuído na quinta-feira, 14, que revisará o seu planejamento de produção, para volumes maiores: sua expectativa é de crescimento do mercado no primeiro trimestre de 2018. A projeção é aumentar em mais de 45% o volume de caminhões montados na comparação com o último trimeste deste ano.
Para Carlos Gasquez, gerente nacional de vendas da Ford Caminhões, “desde outubro a indústria voltou ao patamar de vendas de 5 mil caminhões por mês e deve fechar o último trimestre com um crescimento de 35% comparado ao mesmo período do ano passado. Por isso a expectativa é fechar 2017 no mesmo nível do ano passado e voltar a crescer em 2018, o que nos levou a redimensionar o programa de produção”.
Robson Braga de Andrade, presidente da CNI, disse que “é fundamental criar as condições para a reativação do investimento privado, o que exige o aprofundamento das reformas estruturais voltadas para a melhoria do ambiente de negócios e para a competitividade das empresas”.
Segundo o levantamento da CNI o item investimento fechará 2017 com retração de 2,1%, a quarta queda anual consecutiva. Para 2018 a projeção é a de que aumentem 4%. Já o item consumo das famílias deve crescer 1,3% este ano, impulsionado, especialmente, pela queda da inflação, o que, aparentemente, protegeu a renda. Para 2018 a projeção é a de que o consumo cresça 2,8%.
O Informe Conjuntural da CNI estima que, no curto prazo, “o ritmo de crescimento da economia será moderado: haverá uma melhora gradual do emprego e o aumento da renda em um cenário de inflação baixa e juros reduzidos”.
Dez anos depois da crise global – O estudo também faz avaliação sobre o desempenho do Brasil depois da crise financeira que eclodiu com a falência do sistema de hipotecas subprime dos Estados Unidos, em julho de 2007. De acordo com o informe o Brasil até saiu na frente na busca pela reabilitação econômica, mas faltou combustível para sustentar o ritmo de aceleração: “Com isso o País acabou crescendo menos do que a média mundial”.
Conforme dados do FMI, Fundo Monetário Internacional, de 2010 a 2016, passado o momento mais agudo da crise, o PIB mundial cresceu 3,8% ao ano em média. No mesmo período os países desenvolvidos cresceram 1,9% ao ano e os em desenvolvimento 5,4% ao ano. O crescimento médio do Brasil foi de 1,4% ao ano. Nos anos mais recentes, incluindo as projeções do FMI para 2017 e 2018, o quadro é ainda pior: de 2014 a 2018 a economia mundial deve crescer 3,5% ao ano enquanto que a do Brasil mostra queda média de 0,9% ao ano. Com isso o País ficará no 183º lugar no ranking de 190 economias avaliadas pelo FMI.
Na avaliação da CNI o Brasil perdeu a corrida pelo crescimento porque apostou no consumo para estimular a economia, sem incentivar o aumento da produtividade e da competitividade: “Alguns anos após a crise já era possível perceber sinais de desajuste neste modelo. A taxa de inflação gravitava acima do teto da meta, os déficits gêmeos, saldo negativo nas contas externas e resultado nominal negativo nas contas públicas, cresciam, o investimento era cada vez menor e a indústria não conseguia liderar o crescimento”.
Foto: Divulgação.
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