São Paulo – A decisão do governo em retirar do setor de autopeças a desoneração da folha de pagamentos foi considerado um retrocesso pelos executivos que participaram do painel de Autopeças do Seminário AutoData Revisão das Perspectivas 2018, realizado na segunda-feira, 25, no World Trade Center, em São Paulo.
Para George Rugitsky, conselheiro do Sindipeças, “a decisão do governo mostra a falta de previsibilidade que o nosso setor sofre e a nossa insegurança jurídica, pois sem nenhum aviso prévio aconteceu essa mudança na folha de pagamento das empresas de autopeças”.
O governo havia desonerado a folha de pagamento das empresas produtoras de autopeças há alguns anos, visando fortalecimento da cadeia de fornecedores do setor automotivo. A paralisação dos caminhoneiros e as reivindicações dos grevistas, como um preço mais baixo do óleo diesel, obrigaram o governo a tomar a decisão de reonerar folhas de pagamentos de alguns setores para ajudar a bancar a conta da redução do preço do combustível — e um dos escolhidos foi o de autopeças.
“Teremos impactos nos nossos custos e precisaremos nos readequar a essa nova realidade para acompanhar a retomada do setor automotivo”, disse Osias Galantine, diretor comercial da Aethra. “Essa decisão do governo mostra a sua falta de experiência em negociações durante uma greve”.
Amaury Rossi, diretor de negócios da Eaton, seguiu pela mesma linha de raciocínio e também afirmou que sua empresa será afetada, sendo necessário avaliar como absorver esse novo custo.
Projeções – Durante a palestra o representante do Sindipeças informou que as projeções para o ano serão revisadas, mas que o momento para isso não é dos melhores: “O índice de confiança da indústria caiu bastante no último mês, assim como o índice de confiança do consumidor e o de produção industrial. Com isso revisaremos nossas projeções para o ano, mesmo em um momento complicado”.
Rugtisky observou que, além dos indicadores que caíram, as projeções nacionais também já mudaram bastante, sinalizando um segundo semestre mais complicado: “Começamos o ano esperando por um PIB acima de 2,5%, mas hoje a expectativa é a de que não passe de 1,6%. Com isso é necessário reajustar as nossas projeções para o segundo semestre”.
Fotos: Christian Castanho.
Notícias Relacionadas
Últimas notícias