AutoData - Renault deseja 10% do mercado em 2022
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04/12/2018

Renault deseja 10% do mercado em 2022

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Foto Jornalista  André Barros

André Barros

São José dos Pinhais, PR – Após conquistar participação de mercado recorde em 2018 – de janeiro a novembro chegou a 8,7% – a Renault já traça sua meta para os anos seguintes: seu presidente para a América Latina, Luiz Fernando Pedrucci, quer alcançar os tão sonhados 10% em 2022.

 

“A Renault ganha participação todos os anos desde 2010 e seguiremos com esse objetivo para os próximos anos”, disse ele, durante entrevista que precedeu a comemoração dos 20 anos de inauguração da fábrica de São José dos Pinhais, PR. “Este anos superamos a barreira dos 8%, que considerávamos um obstáculo meio psicológico. Agora, com a renovação da gama atual e a entrada em novos segmentos, buscaremos o novo objetivo.”

 

Conquistar 10% de participação do mercado era, há alguns anos, objetivo de grande parte das empresas que anunciavam investimentos em novos produtos e ampliação da capacidade produtiva. Por enquanto nenhuma delas cumpriu a meta, com exceção das quatro tradicionais – Fiat, Ford, General Motors e Volkswagen. Este ano até a Ford registra fatia inferior a 10%.

 

O lançamento do Kwid, no ano passado, contribuiu para ampliar os volumes de vendas da Renault aqui. De janeiro a novembro, segundo a Fenabrave, foram vendidos 194,3 mil automóveis e comerciais leves da marca, crescimento de 28% sobre o mesmo período do ano passado – é o dobro do crescimento do mercado. O compacto foi o sétimo modelo mais vendido no período, com 59,7 mil licenciamentos.

 

Para 2019 Pedrucci espera crescimento mais modesto nas vendas do mercado brasileiro: “Pode até chegar nos dois dígitos, mas não acredito em aumento explosivo do mercado. De toda forma projetamos crescimento constante nas vendas nos próximos anos, com a Renault sempre avançando acima da média do mercado para alcançar os 10%”.

 

O presidente da Renault para a América Latina não adiantou pormenores a respeito dos modelos que deverão fazer crescer o portfólio da companhia no mercado brasileiro. A picape Alaskan, produzida na Argentina, ainda não teve seu lançamento confirmado por aqui. Pedrucci citou os segmentos de utilitários e de SUVs como possíveis alvos para o futuro – o Arkana, recentemente apresentado na Rússia, é uma possibilidade.

 

Estão fora do radar, ao menos por enquanto, investimentos em aumento da capacidade produtiva da fábrica no Paraná. Embora opere em três turnos ainda há espaço para crescer a produção – e, segundo Pedrucci, ainda podem ser ocupadas as outras fábricas na região, como na Argentina e na Colômbia: “Podemos produzir para outros mercados nestas unidades e usar a fábrica brasileira para abastecer o mercado local”.

 

Este ano, devido à situação do mercado argentino, as exportações da Renault caíram 13%, de acordo com o executivo, para cerca de 85 mil embarques. A empresa busca, ao mesmo tempo, novos mercados e a ampliação do portfólio nos países em que atua. Nas últimas semanas o Kwid entrou em pré-venda na Colômbia: foram 1,2 mil reservas, resultado considerado excelente, pois o mercado colombiano é de cerca de 250 mil veículos/ano.

 

20 anos – Na terça-feira, 4, a Renault celebrou os 20 anos da inauguração do Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais, com uma festa. Dias antes promoveu um jantar de gala para os funcionários com mais de vinte anos de casa. Ainda estão marcados eventos musicais e encontros de clubes de Renault antigos na Capital, Curitiba, no fim de semana.

 

Composto por quatro fábricas – CVP, de veículos de passeio, CVU, de veículos utilitários, CMO, de motores, e CIA, de injeção de alumínio – o complexo opera em três turnos e tem capacidade para produzir 320 mil veículos de passeio, 60 mil utilitários, 600 mil motores e 500 mil peças injetadas/ano. Há ainda um centro de desenvolvimento com 1 mil engenheiros.

 

A operação recebeu R$ 3 bilhões em investimento nos últimos anos e emprega, diretamente, 7,5 mil pessoas, contando os centros de design e o escritório em São Paulo. Indiretamente, apenas na região de Curitiba, são mais 25 mil empregos, de acordo com o presidente.

 

Foto: Divulgação.