AutoData - Toyota aposta no crescimento orgânico na região
Congresso AutoData 2019
26/03/2019

Toyota aposta no crescimento orgânico na região

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Foto Jornalista Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

São Bernardo do Campo, SP – A Toyota vem experimentando crescimento na produção de veículos no País, reflexo do desempenho comercial no mercado interno, na Argentina e demais mercados da América do Sul. A situação levou a companhia a adotar jornada de três turnos na fábrica de Sorocaba, SP, a única do mundo neste ritmo, segundo Celso Simomura, vice-presidente de compras e engenharia. De acordo com o executivo, a partir do dia 1 de abril, quando assume novo presidente na região, a montadora iniciará planejamento na América Latina com vistas ao crescimento sustentável.

 

Para uma montadora com vendas positivas em mercados importantes e capacidade ocupada, manter o crescimento é algo natural. Para dentro dos muros da Toyota, a situação representa, no entanto, um desafio. Simomura disse durante o Congresso Latino-Americano da Indústria Automotiva, organizado por AutoData em parceria com a Prefeitura de São Bernardo do Campo na terça-feira, 26, que trabalhar a pleno vapor demanda estudo profundo de como manter o ritmo sem que isso possa produzir reflexos em seu famoso sistema de produção:

 

“Nosso maior objetivo na América Latina é crescer de forma sustentável, nem que seja para vender um carro a mais por ano. Estamos vindo de recordes de exportações no Brasil e na Argentina, e a situação nos mostra que está na hora de planejar o futuro. E é isso que estamos fazendo no momento”.

 

O executivo disse que todas as possibilidades estão sendo estudadas e não descarta, por exemplo, expansão da produção: “Buscar mais mercados, novas oportunidades, como pretendemos fazer, nos força a analisar todas as situações e opções que temos”.

 

Com a chegada do novo presidente, a empresa inicia o plano Toyota One, por meio do qual pretende melhorar as sinergias nos mercados da América Latina, aumentar market share e inserir, aos poucos, veículos com novas tecnologias, como é o caso dos híbridos que a companhia já tem em portfólio.

 

Afora apostar no crescimento rápido e orgânico das operações de suas fábricas no Brasil e Argentina, a Toyota inclui também no planejamento regional a fábrica que mantém na Venezuela, país que passa por grave crise política e econômica. De acordo com Simomura, a unidade está em atividade e produz 50 veículos/mês.

 

Assim como a Volkswagen, a companhia buscar forma de proteger sua operação na América Latina da flutuação cambial com a exportação de componentes. No ano passado exportou 3,5 mil virabrequins para os Estados Unidos, para o Toyota Camry.

 

A produção em 2018, na região, foi de 351 mil veículos, um pouco mais do que as 324 mil unidades em 2017. O crescimento paulatino foi visto também nas vendas na região: no ano passado, 445 mil unidades, quatro mil unidades a mais do que em 2017.

 

Guaíba – Na terça-feira o diretor de Assuntos Governamentais da Toyota, Ricardo Bastos, esteve reunido em Brasília, DF, com representante do governo federal e do governo do Rio Grande do Sul para discutir ampliação da atuação em Guaíba, onde mantém um Centro de Distribuição de veículos.

 

Durante o encontro, o governador Eduardo Leite apresentou as medidas que estão sendo adotadas no Estado para Bastos e Gustavo Maranhão, chefe do escritório de Brasília. Leite citou que o governo atua para reduzir a burocracia e as alíquotas de impostos estaduais, simplificar a relação tributária com o Estado e acelerar o licenciamento, sem deixar de garantir segurança nos processos ambientais, pautas alinhadas com as pretensões da Toyota de expandir sua atuação no Estado: “Estou confiante de que isso significará, num futuro, em médio prazo, a tomada de decisão, seja da Toyota de outras empresas para investirem em nosso Estado”.

 

Desde 2005, a Toyota mantém o CD em Guaíba. Segundo Ricardo Bastos, diretor de assuntos governamentais, a intenção é ampliar a atuação. Bastos afirmou que o local já tem capacidade e mão de obra qualificada para montar veículos e não apenas distribuir, como é feito atualmente.

 

Foto: Rafael Cusato.