São Paulo – Ainda que o Rota 2030, a nova política industrial para o setor automotivo, estabeleça metas de eficiência energética, falta muito para que veículos movidos a propulsão alternativa, como os híbridos e elétricos, ganhem força no mercado interno em termos de produção e vendas. Essa premissa partiu de representantes de montadoras que estiveram presentes no segundo dia do Ethanol Summit, na terça-feira, 18, em São Paulo.
Executivos de Toyota, FCA e Volkswagen Caminhões e Ônibus concordaram que é preciso mais do que a política que virou lei no final do ano passado para que as montadoras passem a inserir o Brasil no mapa de investimentos voltados para eletrificação e biocombustíveis de forma efetiva, ainda que iniciativas estejam ganhando corpo nesse campo.
Para João Hermann, gerente de marketing da VWCO, é preciso ir além do Renovabio e do Rota 2030. Na sua visão, o governo precisa se mostrar parceiro do setor no sentido de criar estrutura para a aplicação das novas tecnologias:
“A indústria não tem dinheiro para bancar uma conta que é do governo. É ele quem deve entregar estrutura para que veículos comerciais que utilizam etanol, célula de combustível, dentre outros exemplos, possam ter uma produção viável no País”.
O executivo cita como exemplo de mecanismo de fomento linhas de crédito específicas para caminhões e ônibus que utilizam combustíveis renováveis: “Existem metas para reduzir emissões, mas quem tem dinheiro para comprar um veículo que é mais caro? No caso dos ônibus, o operador não consegue fechar a conta para ter uma frota elétrica, por exemplo. De forma que poderiam ser criadas linhas de crédito específicas para a compra desses tipos de veículos”.
João Irineu Medeiros, diretor de assuntos regulatórios da FCA, disse que no caso do segmento de automóveis e comerciais leves o Rota 2030 foi um “pontapé importante para um País que quer produzir veículos para mercados mais desenvolvidos”, mas que é preciso integração de outros setores e do poder público para que a região se consolide como protagonista em termos de emissão veicular.
“Nosso setor precisa dialogar mais com outros, como o de energia, para que se crie uma política mais robusta para a mobilidade sustentável”.
Ricardo Bastos, diretor de assuntos governamentais da Toyota, foi na mesma linha, indicando que é preciso mais estímulo do poder público para que a indústria traga ao País o que já é produzido pela montadora em outros mercados: “Produto tem, o que precisamos é de parcerias para se criar um mercado que nos proporcione escala”.
Foto: Divulgação.
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