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Máquinas agrícolas
20/08/2019

Futuro do campo será um enxame de pequenas máquinas autônomas

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Foto Jornalista Caio Bednarski

Caio Bednarski

Piracicaba, SP – Pequenas máquinas, autônomas, operando em conjunto com robôs 24 horas por dia no campo. Essa foi a visão apresentada pela CNH Industrial para o futuro das máquinas agrícolas no CNH Industrial Day, realizado na terça-feira, 20, no Pulse, hub de inovação que reúne startups em Piracicaba, SP.

 

É uma reversão da tendência dos últimos anos, quando as máquinas cresceram para elevar a produtividade no campo. O motivo, segundo Sergio Soares, diretor de engenharia e desenvolvimento de produtos da CNH Industrial, foi a busca por ganho de eficiência por operador. “Quanto maior for o equipamento, maior será a produtividade. E assim será nos próximos anos. Mas mudará no médio prazo, com a chegada das máquinas autônomas – e, no caso do campo, elas estão mais próximas do que se imagina”.

 

Soares acredita que o futuro das operações será bem diferente do atual: “Vejo um enxame de máquinas pequenas e autônomas, junto com robôs, operando 24 horas por dia, entregando um trabalho cada vez mais preciso e eficiente”.

 

Soares disse que um dos problemas causados pelo uso de máquinas grandes é a compactação do solo, algo que será resolvido com equipamentos menores e autônomos – mesmo que em maior quantidade na comparação com as máquinas atuais, que cobrem área maior. Outra vantagem das máquinas pequenas apontada pelo executivo será a eletrificação, que facilita a mudança no tipo de propulsor usado.

 

Gregory Riordan, diretor de tecnologias digitais, ressaltou que atualmente a tecnologia embarcada que será usada em tratores autônomos já está bem avançada, mas existem alguns entraves que a indústria precisa encarar e encontrar soluções, como conectividade e infraestrutura. Hoje a cobertura de 4G no campo está em torno de 1% e, no caso do 3G, não passa de 20%.

 

Outro ponto que o setor precisa evoluir é na geração e no armazenamento de dados, área que de acordo com Riordan é a mais avançada com relação ao futuro do agronegócio, mas que esbarra na análise das informações geradas pelas máquinas: “O grande desafio é avaliar todos os dados das máquinas e transformar tudo isso em informação útil para os agricultores, como uma possível melhora no desempenho de determinado equipamento”.

 

No Brasil e na América do Sul a legislação que regulamenta veículos e máquinas autônomas também precisa avançar para que eles possam operar.

 

Foto: Divulgação/Agrishow.