AutoData - CNH Industrial divide operações para dobrar lucro
Empresa
03/09/2019

CNH Industrial divide operações para dobrar lucro

Imagem ilustrativa da notícia: CNH Industrial divide operações para dobrar lucro
Foto Jornalista  Leandro Alves

Leandro Alves

Nova York — Em apresentação a investidores na Bolsa de Valores estadunidense a CNH Industrial anunciou que separará suas empresas em dois grupos. A divisão colocará as divisões de veículos comerciais, fabricante de motores e transmissões na operação denominada On-highway e as empresas que atuam no segmento agrícola e de construção na organização Off-highway. Os respectivos nomes dessas novas unidades de negócios serão apresentados em futuro próximo. E essas duas empresas terão ações negociadas na Bolsa de Nova York a partir do primeiro trimestre de 2021.

 

O objetivo da reestruturação das operações, de acordo com pronunciamento de Hubertus Mühlhäuser, CEO da CNH Industrial, é corrigir a rota de algumas operações e investimentos em tecnologias e inovações: “Temos que reconhecer que há uma complexidade no portfólio e que ainda existe um excesso em nossa capacidade de manufatura, além de baixo aproveitamento na distribuição e engenharia, que estão prejudicando a rentabilidade. A partir de agora vamos corrigir essa rota”.

 

O plano de ação denominado Transform 2 Win terá duração de cinco anos. Até 2024 a expectativa é a de que o lucro operacional das atividades industriais chegue a 10%, o dobro dos níveis atuais, segundo a CNH. Essa transformação, que já está em curso, deve elevar as vendas em 5% a cada ano, de 2019 até 2024.

 

Durante as apresentações de todas as unidades de negócios do grupo foi desconsiderada qualquer turbulência global que possa afetar os rumos do curso traçado nesta estratégia que transformará as operações da CNH Industrial. Afinal, tratou-se de apresentação na Bolsa de Valores mais importante do mundo. Ficou claro que a mensagem tinha um público-alvo: os investidores e potenciais investidores, todos reunidos em ambiente nobre da NYSE — New York Stock Exchange. Aparentemente, na sessão de perguntas e respostas com os agentes financeiros, qualquer pormenorização da estratégia foi deixada para depois: “Peço que aguardem mais um tempo até que possamos definir com tranquilidade os aportes e possíveis alterações nas estruturas físicas, administrativas e do portfólio das empresas”, contextualizou Mühlhäuser.

 

 

No entanto foi anunciado investimento total de U$ 13 bilhões nos próximos cinco anos. 58% desse valor será destinado aos produtos e outros 22% em atualização das estruturas já existentes. Os 20% restantes serão aplicados naquilo que a CNH chama de megatendências: digitalização, automação, baixa emissão ou emissão zero e serviços.

 

A CNH Industrial adquiriu a empresa AgDNA de gestão de informações do agronegócio e também fez parceria que resultou em investimento de U$ 250 milhões na compra de ações da Nikola, que produzirá células de combustível e baterias para caminhões na Europa e Estados Unidos.

 

“Olhando para a composição do portfólio a conclusão é que as megatendências impactarão de forma diferente as operações on e off highway. O foco dessas duas empresas e as sinergias que teremos com as novas tecnologias nos deixa bastante animados”.

 

Durante as mais de quatro horas de apresentações pouca coisa foi dita sobre o Brasil. O CEO reiterou algumas vezes que aquele não era o momento para apresentar as estratégias exclusivas de cada operação, de cada região do planeta. E também reforçou a importância da América do Sul para todas as operações industriais da CNH. Porém em um momento, quando falava dos negócios no segmento de construção, Mühlhäuser citou o líder da operação, Vilmar Fistarol. Ele e seu colega na Índia foram oficialmente desafiados a aumentar a taxa de retorno de investimento das vendas nesse segmento dos atuais 7% para 9%, devido aos atualmente baixos volumes de negócios em construção nesses países.

 

Na coletiva de imprensa a reportagem questionou Mühlhäuser se, durante seu discurso estaria pressionando publicamente o executivo brasileiro para obter os resultados esperados: “É claro que estou pressionando. Esse é o meu trabalho e confio nos presidentes de todas as operações para entregar os resultados que projetamos. É para isso que estamos aqui”.

 

Fotos: divulgação