AutoData - Acordo bilateral com Argentina volta à pauta
Balanço da Anfavea
05/09/2019

Acordo bilateral com Argentina volta à pauta

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Foto Jornalista  Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

São Paulo – Voltou à tona o acordo bilateal com a Argentina no setor automotivo, tema que ganhava força nas discussões dos dois governos mas que foi deixado de lado no ínicio da crise argentina, que perdura até agora. Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, disse na quinta-feira, 5, que nos próximos dias um desfecho sobre a prorrogação do atual acordo será divulgado em Brasília, DF, por integrantes da Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais.

 

A expectativa da indústria em torno da resolução de um assunto que já se arrasta há anos é a de que, junto com a prorrogação do acordo, que vence no fim do primeiro semestre do ano que vem, sejam estabelecidas tarifas menores do flex, sistema em torno do qual gira o comércio de veículos dos dois países. O presidente disse, ainda, que afora a extensão do prazo do acordo vigente, que deverá ser anunciado pelo governo nos próximos dias, existe um entendimento de que as negociações bilateriais sigam para o livre-comércio.

 

Uma vez instituído o cenário, seguiu Moraes, a indústria poderia levar a cabo planejamento de operação baseado na região do Mercosul como um ambiente mais complementar do que é hoje em termos de produção, com as fábricas convergindo montagem e fabricação de autopeças: “As montadoras não estariam amarradas a limites de exportação, o que é positivo. Outro fator importante é que no contexto do livre-comércio as empresas podem configurar as linhas para serem convergentes, e não um país disputando com outros os mesmo mercados”.

 

A Argentina está às portas das eleições presidenciais e há fortes indícios de que a oposição ao atual governo, que se mostrou inclinado às questões da indústria no país, saia vencedora. O fato não deverá interferir nas negociações sobre o acordo bilateral, disse o presidente da Anfavea: “Não há razões para acreditar que haja mudanças sobre o acordo no futuro, porque eles sabem que o Brasil é um importante parceiro comercial, assim como acreditamos que a Argentina também é”.

 

Até o fim de agosto, segundo dados divulgados pela Anfavea, foram exportados 300 mil 859 unidades de automóveis, comerciais leves, chassis de caminhão e ônibus, um volume que representa queda de 38% na comparação com o janeiro-agosto do ano passado. Os embarques para outros países, como o México, cresceram no período, mas não a ponto, segundo Moraes, de cobrir as perdas no mercado argentino no período.

 

 

Do total exportado 161 mil unidades seguiram para a Argentina até agosto. No ano passado, no mesmo intervalo, foram 344 mil unidades. Para o México seguiram 44 mil unidades, um volume 203% maior do que os 14,5 mil veículos exportados em idêntico período do ano passado. Para a Colômbia as fabricantes instaladas no País exportaram 34,6 mil unidades, 33% a mais. Para o Chile, 23,8 mil unidades, queda de 22%. Ao Peru foram exportadas 13 mil unidades, alta de 22%.

 

As exportações totais de automóveis e comerciais leves nos oito meses do ano chegaram a 287 mil 250 unidades, queda de 37%. No caso dos caminhões, queda de 52,6%, chegando a 8 mil 854 unidades. As exportações de ônibus retraíram 18%, chegando a 4 mil 755 unidades até agosto.

 

Foto: APPA.


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