Somente com a substituição das importações a produção, que empatou com 2023, poderia ter crescido 5%, segundo Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea
São Paulo – Com o crescimento das importações e a redução nas exportações de veículos no primeiro trimestre as montadoras instaladas no Brasil deixaram de produzir em torno de 60 mil unidades no período, segundo cálculos da Anfavea. Saíram das linhas de montagem 538 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus de janeiro a março, volume estável, com leve alta de 0,4%, ou cerca de 2 mil unidades, com relação ao mesmo intervalo de tempo de 2023.
Este crescimento na produção, de acordo com cálculos do presidente Márcio de Lima Leite, poderia ter sido de mais de 10%:
“As importações comeram parte do mercado, que cresceu 9% no período. E perdemos volume de exportação por causa do mau desempenho dos mercados externos, o que deixou a produção estável. Mas somente com a substituição dos volumes importados poderíamos ter crescido 5% no primeiro trimestre. É relevante porque é na produção que estão os empregos”.
Lima Leite disse que a indústria tem três grandes desafios: fazer crescer o mercado interno, fazer crescer as exportações e tomar cuidado com as importações: “As importações são importantes porque agregam tecnologia. Nós mesmos, associados da Anfavea, importamos veículos. Mas temos que ter o cuidado de não prejudicar a geração de empregos”.
Em março foram produzidos 195,8 mil veículos, recuo de 11,8% com relação ao mesmo mês do ano passado, que teve três dias úteis a mais. Comparado com fevereiro a produção avançou 3,2%, de acordo com a Anfavea.
No mês foram gerados 738 postos de trabalho diretos nas montadoras, somando 101,4 mil trabalhadores no setor. São duzentos a menos do que havia em março do ano passado mas, desde janeiro, já foram criados 2,5 mil empregos pelas associadas da Anfavea.