São Paulo – Com o movimento de queda da Selic e a aprovação do marco legal de garantias, que encurta o prazo de retomada de bens de inadimplentes, a tendência é que o volume de compras financiadas de carros novos aumente. Foi o que avaliou o presidente da Renault do Brasil, Ricardo Gondo, que participou da coletiva de imprensa da Anfavea na segunda-feira, 8.
No primeiro trimestre 60% das vendas da marca foram a prazo mas, historicamente, o porcentual é de 70%. “Existe potencial de crescimento ao longo de 2024, com a inserção ou a volta de clientes para o mercado de veículos 0KM”.
Segundo o executivo, no banco da montadora já é possível sentir o impacto do marco de garantias no custo do financiamento, ainda que parcialmente, uma vez que os órgãos competentes estão trabalhando para normatizá-lo e a Justiça está avaliando alguns pontos da ferramenta que visa afastar do mercado parcela de consumidores que adquirem o bem já pensando em não pagar por ele.
Para Gondo contribui com o movimento o fato de a Renault, assim como outras fabricantes, oferecerem como opção o chamado carro popular, no caso da empresa, o Kwid. “Considero que o mercado de entrada do segmento A e B hatch continua exercendo papel muito importante, pois é o carro que permite a inserção do cliente no mercado de veículos novos.”
Gondo citou que no primeiro trimestre, dos 484 mil veículos de passeio emplacados no Brasil, alta de 11% sobre igual período em 2023, 38,3 mil foram para o varejo, segmento que expandiu 16% nesse mesmo comparativo, ao passo que o volume comercializado para frotas avançou 4%.
“Vemos tendência de crescimento no peso dos clientes que estão comprando automóveis e comerciais leves financiados sobre o total de vendas”, afirmou, ao contextualizar que, durante a crise dos últimos anos, muitos clientes migraram para o mercado de seminovos, o que poderá ser revertido com o maior acesso ao crédito.