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Indústria
28/10/2019

Hyva começa a avaliar plano de expansão

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Foto Jornalista Roberto Hunoff

Roberto Hunoff

Caxias do Sul, RS – Após crescimento de 47% no ano passado e projeção de 24% de alta para este ano a Hyva do Brasil estima mais 10% para 2020, o que deve elevar a produção de cilindros hidráulicos telescópicos e guindastes para níveis muito próximos ao limite da sua capacidade instalada na operação de Caxias do Sul. Na avaliação de Rogério de Antoni, vice-presidente das Américas, as instalações atuais de 20 mil m² de área construída ainda têm potencial para suportar expansão de 25% a 30% por meio da adoção de novos turnos de trabalho e aportes em equipamentos para ganhos em produtividade.

 

Reconhece, no entanto, que, no ano que vem a empresa deve iniciar estudos para ampliar a estrutura da fábrica, onde também são fabricados kits hidráulicos, componentes, como bombas, válvulas e comandos, e piso móvel — sistema de carga e descarga horizontal para materiais a granel com alto volume e baixo peso, usado em semirreboques e em fábricas de processamento e estações de transferência. Além destes, na virada do ano, a marca ingressa no mercado de cilindros para carretas agrícolas, com capacidade de até 3 m³ de levantamento, atendendo ao segmento de pequenos produtores rurais, mas de grande potencial de compra.

 

O Brasil será o segundo país do mundo onde a Hyva fabricará estes modelos, antes restritos à Índia, relatou De Antoni:

 

“A marca é líder mundial, com 45% de participação no mercado de cilindros hidráulicos para diferentes aplicações. No Brasil temos esta condição no segmento de basculantes e queremos o mesmo na área agrícola, na qual já atuamos junto a grandes fabricantes mas sem explorar o potencial existente. Este novo mercado é concorrido, de muitos fornecedores de pequeno porte e atuação regionalizada. Esperamos ser competitivos, principalmente, pela capacidade de produção e empregando, no Brasil, as mesmas especificações tecnológicas usadas na Índia, mas ajustadas ao mercado local”.

 

Ele destacou que a produção, no primeiro ano, será de aproximadamente 1,5 mil unidades: “Será uma expansão gradual, inicialmente atuando junto aos fabricantes de máquinas e, na sequência, com a marca já consolidada, também mais perto do consumidor final, como já ocorre na linha de cilindros para basculamento de implementos rodoviários”.

 

Para a produção desta linha a empresa investirá em alguns novos equipamentos e bancada específica para testes de 100% das unidades. 

 

Faturamento recorde – Durante a Fenatran, na qual apresentou o produto em estande de 180 m², o dobro da edição passada, a diretoria da Hyva já antecipou as comemorações de novo recorde de faturamento em seus 24 anos de história no Brasil – no mundo a marca completou quatro décadas em 2019. De Antoni projeta para este exercício faturamento de R$ 270 milhões: “Neste quase meio século de presença no Brasil a empresa só teve baixas em 2015 e 2016”.

 

De acordo com o executivo a estimativa de 10% para o próximo ano pode ser considerada como conservadora, pois o sentimento captado na feira realizada em São Paulo foi de muito otimismo: “Clientes que projetavam, antes da feira, expansão de 5% a 10%, alguns até zero, já falavam em 20%. Nos implementadores o clima positivo foi bem maior do que nos fabricantes de caminhões. No geral ficamos surpresos com o ânimo dos clientes”.

 

Ele recordou 2017, quando todos chegaram receosos e a feira gerou resultados acima dos esperados.

 

As manifestações mais positivas tiveram origem em clientes ligados aos segmentos da mineração e construção civil: “Com esses segmentos teremos forte expansão econômica e de geração de empregos”.

 

A Hyva, que tinha 240 funcionários, reduziu seu pessoal para 190 durante a crise, e já alcançou 260, devendo agregar mais dez com a linha de cilindros para a área agrícola.

 

No segmento de guindastes a Hyva já se posiciona dentre os três maiores fabricantes do Brasil. De acordo com De Antoni este ano a marca ganhou mais 3 pontos porcentuais de participação de mercado, ficando muito próxima do líder. Para 2020 a projeção é conquistar mais 3 pontos com novos produtos específicos para a eletrificação.

 

Diante da retomada forte do mercado interno as exportações deverão ter participação menor no total do faturamento. Para De Anton o índice deve ficar perto dos históricos 30%. Durante a crise a parcela chegou a 50%, com incremento de vendas para os Estados Unidos e países asiáticos – para estes por meio de acordo interno com as demais fábricas do grupo. Com o incremento do mercado interno estes clientes passaram a ser atendidos por outras unidades.

 

Foto: Divulgação.