AutoData - Elétricos colaboram para reter talentos na engenharia
Seminário AutoData
25/11/2019

Elétricos colaboram para reter talentos na engenharia

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Foto Jornalista  Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

São Paulo – Na esteira dos veículos elétricos, pega carona uma série de desafios que obrigarão a indústria automotiva e as cidades a se reinventar. No campo do desenvolvimento de novas tecnologias, pelo menos, a expectativa de parte do setor automotivo é a de que o Brasil, sim, tem condições de competir em pesquisa com mercados mais maduros.

 

Se no caso da injeção eletrônica, por exemplo, houve um espaço de quase vinte anos da aplicação na Europa e nos Estados Unidos e o seu desembarque aqui, no caso dos produtos e serviços que giram em torno da eletrificação o tempo será menor.

 

“Não acredito que haverá um grande intervalo naquilo que é desenvolvido aqui e fora do País”, disse Flávio Henrique Sakai, diretor de eletroeletrônica da AEA, durante o Seminário AutoData Brasil Elétrico, realizado na segunda-feira, 25, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo. “Temos bons profissionais e centros de pesquisas, mas o grande problema, de fato, é a retenção de talentos.”

 

O ponto de vista foi endossado por Mauro Correia, presidente da Caoa e da SAE Brasil: “A engenharia brasileira corresponde imediatamente quando existe uma demanda, mas se considerarmos episódios recentes a fuga de engenheiros acontece antes mesmo da chegada dos elétricos ao mercado brasileiro. E isso pode de certa forma se transformar em um desafio a mais no caminho da indústria”.

 

Claro: existem fatores mais óbvios – como a brusca queda do mercado consumidor num espaço pequeno de anos e a dificuldade em retomá-lo.

 

Há também o temor recorrente sobre a infraestrutura de recarga de veículos elétricos insuficiente. Sobre isso, Ricardo Guggisberg, presidente da ABVE, a Associação Brasileira do Veículo Elétrico, disse que a rede de recarga crescerá de forma proporcional aos lançamentos de modelos movidos a eletricidade no mercado interno, o que é considerado algo normal:

 

“Estamos observando progressos nesse sentido, os lançamentos impulsionam a infraestrutura, foi como aconteceu nos países onde a mobilidade elétrica está mais avançada”.

 

Foto: Rafael Cusato.