São Paulo – O segmento de máquinas agrícolas vive outra realidade: os executivos que participaram do painel no Seminário AutoData Megatêndencias do Setor Automotivo – a Revisão das Perspectivas 2020 falam em crescimento de 5% nas vendas com relação a 2019. A situação do segmento de máquinas de construção, embora não seja positiva, é menos preocupante do que a de veículos, com retração de 5% a 10%
Participaram do painel na quinta-feira, 2, Paula Araújo, vice-presidente da New Holland Construction para América do Sul, Massami Murakami, diretor da Volvo CE, Rodrigo Bonato, diretor de marketing e tecnologia da John Deere, e Alfredo Jobke, diretor de marketing da AGCO América do Sul.
Bonato, diretor da John Deere, revelou que o setor conseguiu crescer 1% na comparação com 2019 mesmo com a situação adversa no País no primeiro semestre. E há expectativa de crescimento no segundo semestre, puxado pelo bom desempenho de alguns setores do agronegócio: "O setor de grãos registrou colheita recorde no período 2019/2020 e a expectativa é de novo recorde na safra 2020/2021".
O diretor da AGCO, Jobke, lembrou que as perspectivas de crescimento para o setor são baseadas em bons fundamentos, como o preço das commodities, o aumento da demanda global por alimentos e a perspectiva de expansão do PIB do agronegócio: "Diante desse cenário acreditamos, hoje, que será possível empatar ou até crescer este ano. Mas não podemos garantir porque não sabemos como será o dia de amanhã e o avanço da pandemia".
Para o segmento de construção, segundo o diretor da Volvo CE, Murakami, a expectativa é a de sofrer menos durante a crise: "A demanda continuará e seguiremos acreditando no País. Alguns setores sofrerão mais nos próximos meses, mas a construção deverá ter impactos menores".
Araújo, vice-presidente da New Holland Construciton, disse que a crise traz mais oportunidade de nacionalizar componentes: "Já temos um índice nacional interessante e dedicamos uma equipe a esse trabalho, de buscar boas oportunidades de produzir algum componente aqui".
Os demais executivos concordaram com Araújo e revelaram que suas empresas também estão atentas às possíveis oportunidades que surgirão. O diretor da AGCO foi um pouco mais ousado: "Nosso foco está em continuar o processo de localização de componentes, máquinas e tecnologia. Se o dólar continuar no patamar atual poderemos nos tornar um polo exportador".
O anúncio do Plano Safra 2020/2021 foi considerado positivo, com valores e condições que agradaram aos representantes das empresas. A expectativa do setor é a de que as linhas de financiamento já estejam disponíveis para os produtores desde os primeiros dias, como previsto no programa e sinalizado pelo governo federal – o que nos últimos dois anos não ocorreu e dificultou as vendas no começo do Plano Safra.
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