São Paulo – A indústria automotiva brasileira virou uma página da sua história na segunda-feira, 13. Com o retorno à ativa das fábricas que produzem os automóveis Honda em Itirapina e Sumaré, SP, todas as fábricas de veículos do País estão operando normalmente após as paradas por causa da pandemia da covid-19, iniciadas em meados de março.
No período 63 das 65 fábricas de veículos e máquinas agrícolas das associadas da Anfavea chegaram a fechar simultaneamente. As de veículos pararam todas, de leves e pesados. A Honda, que estava paralisada desde 25 de março, foi a última a retornar a produzir veículos – estavam em operação apenas linhas de componentes de motores, para atender a contratos de exportação.
O impacto foi brutal: no primeiro trimestre, ainda sem efeitos da covid-19, a indústria produziu 585,9 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus. O volume recuou 75% no segundo trimestre, para 143,6 mil unidades – em abril foram somente 1,8 mil veículos, menor nível mensal desde 1957.
E a produção retornou apenas de forma gradual em todas as fábricas de veículos. Na Honda não foi diferente, conforme informou em nota divulgada na segunda-feira, 13: “As linhas de produção estão reativadas gradualmente para adaptação aos novos protocolos da saúde e segurança que foram estabelecidos tendo como referência as melhores práticas adotadas globalmente pela marca”.
Além de precisar de ritmo mais lento para atender às exigências de maior distanciamento dos colaboradores na linha de produção as fábricas ajustam as máquinas para se adaptar, também, ao novo tamanho de mercado. As vendas médias diárias de veículos caíram pela metade no Brasil, que ainda briga contra o novo coronavírus. Há cidades em que as concessionárias estão fechadas para atender a medidas de isolamento, ainda o único remédio considerado eficaz pela ciência para combater a proliferação do vírus.
À página virada segue um novo capítulo, ainda nebuloso, da indústria nacional. Há um certo consenso dos líderes, ecoado pela Anfavea, de que o nível de 2019 de produção e vendas só será alcançado novamente em 2025. Até lá a ociosidade, que já estava alta, se tornará um problema em todas as mais de sessenta fábricas do País – que voltaram, mas apenas na primeira marcha.
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