São Paulo – As fabricantes de carroçarias de ônibus articulam nas esferas municipais propostas de alteração nos sistemas de transportes locais. Segundo Ruben Bisi, presidente da Fabus, trata-se de uma espécie de plano nacional de transporte público com diretrizes para criar condições mais rentáveis para o setor.
"Projetamos uma perda de 10% a 15% dos passageiros até o final do ano, por isso é fundamental que se proponha a reinvenção do sistema. Levamos um documento às prefeituras para que sejam revistas, por exemplo, as gratuidades de modo a direcionar o pagamento delas aos grupos que as usufruem de forma a reduzir a tarifa", disse Bisi durante o Workshop AutoData Perspectivas Ônibus.
O evento, realizado na segunda-feira, 27, via internet, também discutiu outras mudanças que o setor espera para os próximos meses. As fabricantes projetam formas de adequar os veículos às demandas pós-pandemia. A Marcopolo, por exemplo, desenvolveu carroçaria com configuração alinhas aos protocolos de saúde, chamada BioSafe.
"Ainda está em demonstração o veículo como forma de aproximar o conceito do cliente", disse Rodrigo Pikussa, diretor de negócios de ônibus. "É um mercado que precisa ser criado em conjunto com os clientes porque, em tese, estamos falando de um produto novo para uma operação com menor volume de passageiros."
Maurício Cunha, diretor industrial da Caio, sinalizou que as modificações esperadas para o segmento rodoviário também sejam observadas no urbano: "Vivemos um momento em que é preciso ouvir todos os envolvidos no nosso segmento para criar modelos que sejam rentáveis a todos. Também é preciso que o Estado olhe para o setor porque se trata de um serviço essencial".
João Paulo Ledur, diretor de negócios de micro-ônibus da Neobus, disse durante a apresentação que é possível esperar oportunidades no transporte urbano: "São veículos que podem ter aderência ao momento de busca por melhor custo operacional".
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