São Paulo – Após consolidar a Jeep e, claro, fortalecer a Fiat, chegou a vez da FCA depositar suas fichas em uma terceira marca no mercado brasileiro. Justificado pelo cenário da economia local, muito concentrada no agronegócio, a aposta natural foi na RAM com suas picapes pau para toda a obra e com alto conteúdo tecnológico. Esse será o foco dos próximos anos, de acordo com seu diretor para a América Latina, Breno Kamei.
Não esperem, porém, o mesmo investimento das outras duas marcas ou elevados volumes que alcem a RAM a posições de destaque no ranking brasileiro. Será uma marca de nicho, focada em público específico e, ao menos por ora, sem produção nacional. Com dois produtos: a conhecida 2500 e a novidade 1500, apresentada ao público na versão Rebel na quinta-feira, 10.
Importada de Sterling Heights, Michigan, Estados Unidos, a RAM 1500 traz por baixo do capô motor Hemi V8 de 5,7 litros de 400 cv, a gasolina, sistema 4×4 e muito luxo e sofisticação na cabine. Buscará, segundo Kamei, público diferente da 2500: “A 1500 atinge o consumidor mais urbano, que faz uso mais recreacional da picape para esportes, como estilo de vida. A 2500 tem uma pegada mais para trabalho”.
O lançamento estará disponível a partir de abril nas cerca de cinquenta concessionárias RAM, que são compartilhadas com a Jeep mas possuem showroom distinto. Rede considerada adequada por Bruno Kamei: “O número de pontos é suficiente no curto prazo, distribuído em regiões metropolitanas e próximos a áreas importantes do agronegócio. Podemos ter uma adequação desses pontos, mas não uma expansão”.
Kamei evitou falar em projeção de vendas. Este ano a RAM terá volume recorde, com cerca de 1,5 mil licenciamentos da 2500 – e só porque a fábrica mexicana não conseguiu entregar mais unidades por causa da pandemia, porque a demanda, segundo o executivo, foi maior. A 1500 Rebel terá cem unidades oferecidas em pré-venda, com pacotes especiais do lançamento, no site ram.com.br/prevenda.html a R$ 419 mil 990.
Após o lançamento será vendida por R$ 399 mil, sem os pacotes especiais. O preço elevado, acima até do cobrado na 2500, sinaliza que o objetivo não é competir com as demais picapes médias do mercado. Kamei confirmou: "É um produto diferente, 60cm maior do que a maior picape média do mercado e com nível tecnológico diferenciado".
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