São Paulo – O PIB brasileiro fechou o conturbado ano de 2020 em queda de 4,1%, o pior resultado desde 1990, o ano do confisco das cadernetas de poupança pelo então presidente Fernando Collor de Melo. Apesar do resultado negativo histórico o recuo foi mais suave do que o imaginado no início da pandemia, quando economistas falavam em PIB negativo de 8%.
A visão de copo meio cheio também prevalece ao analisar o quarto trimestre, que fechou em alta de 3,2% sobre o terceiro trimestre, diante de uma projeção de 2,8% média pelos economistas. O segundo semestre foi de recuperação da atividade econômica, fortemente prejudicada na primeira metade do ano pela pandemia da covid-19 e as medidas de restrição tomadas pelos governos para tentar frear o avanço do vírus e proteger o sistema de saúde.
Mas para o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, que foi presidente do BNDES no governo Fernando Henrique Cardoso, 2021 caminha para ser um espelho de 2020, ainda que com números mais suaves: queda de 1,5% a 2% do PIB na primeira metade, com recuperação na segunda metade do ano.
“Temos agora essa segunda onda da covid-19, que já está provocando novas medidas de restrições”, afirmou em uma live promovida pela Becomex. “Caminhamos para, mais uma vez, termos os dois primeiros trimestres com PIB negativo e uma recuperação, talvez muito rápida, no segundo semestre. Mas isso vai depender da rapidez da vacinação”.
Mendonça de Barros destacou que nos Estados Unidos a campanha de vacinação está avançando rapidamente e, lá, o presidente Joe Biden garantiu que até o fim de maio todos estarão vacinados: “Neste caso a recuperação será mais rápida. Aqui também acredito no aumento da oferta da vacina, porque a questão não está com os governos e a sociedade acabará entrando no jogo”.
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