São Paulo – Representantes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC entregaram à Anfavea e ao Sindipeças proposta que inclui uma nova paralisação na produção de veículos, peças e componentes nas próximas semanas. Embora no ano passado, durante os primeiros dias da covid-19, fábricas de automóveis e de autopeças tenham parado suas linhas, neste ano nem na fase emergencial, adotada por diversos estados nos últimos dias, a produção automotiva foi incluída na lista de setores a serem paralisados.
“É imprescindível que os trabalhadores permaneçam em suas casas, junto aos familiares, nos próximos dias!”, diz o texto do documento, que inclui outras propostas. “Também é imprescindível que o setor privado apoie o sistema público de saúde e, com isso, evite um colapso irremediável! E a indústria automotiva tem capacidade para liderar esse processo no segmento econômico.”
Segundo o presidente Wagner Santana “o isolamento total e severo para ser eficaz tem que ser feito de forma geral, não dá para ficar pingando um pouquinho aqui e outro ali”. Ele reconheceu, também, a necessidade de um programa federal de proteção ao emprego e renda: “É papel das entidades buscar alternativas para a inoperância desse governo”.
O sindicato propôs que o setor privado colabore com o governo na questão da compra das vacinas, de forma a acelerar o processo de imunização da população. Na visão da entidade somente a vacinação em massa garantirá o retorno da atividade econômica mas, como o processo anda a passos lentos, a solução é o isolamento social: “Quanto mais vacinados, menos isolados e quanto menos vacinados, mais isolados”.
Procurada a Anfavea disse que não se posicionará, ainda, sobre a proposta do Sindicato. Novas reuniões ocorrerão durante a semana e a entidade só comentará quando as conversas se encerrarem. Com relação à vacina, porém, a Anfavea mostra disposição em colaborar, respeitando, claro, todas as regras da Anvisa e do Ministério da Saúde a respeito de homologação e prioridades da campanha.
Da parte do governo há a promessa de renovação do BEM, programa que permitia a suspensão do contrato de trabalho, redução de jornada e salário com uma parte dos vencimentos do trabalhador arcada com recursos do governo federal. Criado no ano passado, no começo da pandemia, vigorou até dezembro e ajudou o setor automotivo a manter parte de sua força de trabalho no período mais agudo da crise. Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou à imprensa o novo projeto já está estruturado e depende da aprovação do presidente da República, Jair Bolsonaro.
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