São Paulo – Eugene, the Jeep, é um personagem dos quadrinhos do Popeye criado por EC Segar nos anos 1930. Possui, dentre outras habilidades, a capacidade de vencer muitos obstáculos e nunca deixar seu companheiro na mão. Dizem que foi a inspiração para o nome da Jeep, icônica marca estadunidense que completa, em 2021, 80 anos.
Outros, porém, argumentam que nasceu da fusão do fonema das letras G e P em inglês. São as duas primeiras letras de General Porpose, propósito geral, para o que estes veículos utilitários foram desenvolvidos na época da Segunda Guerra Mundial. Seja qual for a verdadeira origem do batismo o aportuguesado jipe tornou-se sinônimo para SUVs no Brasil por muitos anos, antes de o segmento crescer e passar a ser um dos mais visados pelas fabricantes locais.
A Jeep desembarcou no Brasil em 1957 por meio da Willys-Overland, que fabricou aqui o CJ-5 conhecido como Jeep Universal na fábrica do Taboão, em São Bernardo do Campo, SP, que a Ford vendeu para uma empresa de logística no ano passado. Nesta nova etapa, iniciada em 2015 com a produção do Renegade em Goiana, PE, antes sob o guarda-chuva da FCA e agora da Stellantis, mantém fiel ao sinônimo criado na linha portuguesa: de cada cinco SUVs vendidos no Brasil um é Jeep.
Para a operação brasileira 2021 é um ano importantíssimo. Além de celebrar seus 80 anos, com séries especiais de seu portfólio alusivas à comemoração, lança, por aqui, um arrojado sistema de conectividade e assistência ao condutor que traz um pouco daquilo que esperamos do carro do futuro à linha atual. Terá, também, um importante novo modelo em seu portfólio a partir do segundo semestre.
A Adventure Intelligence, como é chamada a tecnologia que estreia no Renegade, é mais do que um sistema de infotainment. Une, segundo Alexandre Aquino, diretor da marca Jeep na América Latina, conveniência, assistência e entretenimento, com a vantagem de dispensar o uso das mãos: tudo pode ser ativado por meio da voz.
A conveniência está na sua conexão com smartphone e outros gadgets, como a Alexa, da Amazon. É possível verificar nível de combustível, autonomia, travar e destravar portas, acender os faróis por meio de aplicativos no smartphone ou pela assistente da Amazon: “Alexa, ativar o alarme!”.
A assistência se dá pela integração do sistema com serviços próprios de terceiros. Um exemplo: no caso de um acidente em que o airbag é acionado, imediatamente uma chamada é feita para os serviços de resgate, com o adicional de a localização exata ser mencionada no momento. Se o problema for bateria, no entanto, o sistema identifica e avisa ao apoio ao cliente, que poderá enviar uma substituta imediatamente.
Monitorar a localização em tempo real permite outras facilidades, como resgatar veículos roubados, acrescentou Aquino: “Com essas facilidades conseguiremos reduzir em cerca de 15% o preço do seguro do veículo”.
O entretenimento é garantido pela integração com aplicativos de música, vídeo e a conectividade com smartphone, como já é praxe nos últimos lançamentos. Mas a Adventure Intelligence tem conexão nativa com a internet, por meio de uma parceria com a TIM. Por um ano os serviços serão gratuitos, e a internet da TIM por um mês – mas um não depende do outro para funcionar.
Segundo Aquino a introdução da Adventure Intelligence começa na linha Renegade e estará presente no novo Compass, que chega ao mercado em maio. Outro modelo que sairá das linhas de Goiana, o SUV de sete lugares ainda sem nome, também disporá do sistema, que, mais adiante, poderá ser adotado também nos modelos importados. Não é possível, porém, instalá-lo em veículos seminovos.
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