Santo André, SP – Com o objetivo de proporcionar a troca de experiências do setor industrial brasileiro e indiano a Associação Brasileira do Veículo Elétrico, ABVE, trabalha para promover rodadas de aproximação com os empresários dos dois países. A ideia é aproveitar a realização do Veículo Elétrico Latino Americano – Salão da Mobilidade Elétrica e Cidades Inteligentes em São Paulo, de 23 a 25 de setembro, para tornar viável o encontro – ainda que essas conversas sejam virtuais, devido à pandemia do novo coronavírus.
Há poucos dias o presidente da ABVE, Adalberto Maluf, se reuniu com cônsules da Índia para discutir sobre meios de alavancar setores produtivos que passam pelos biocombustíveis e pela eletromobilidade nos dois países.
“O Brasil e a Índia são dois dos maiores produtores de cana de açúcar do mundo. Mas a Índia, que sempre priorizou o açúcar, agora está interessada também em transformar a cana em etanol e adotar o uso de motores flex. E o Brasil é o segundo maior fabricante de etanol do mundo e precursor dessa tecnologia. Ou seja, é uma sinergia que faz muito sentido.”
Visando controlar a escalada nos preços dos combustíveis, reduzir a dependência da importação de petróleo e baixar a emissão de CO2, a Índia antecipou seu plano de estímulo a motores flex. Será possível comercializar gasolina com 20% de etanol a partir de 2023 – antes, a previsão era em 2025. A emissão de novas licenças para postos venderem etanol também tem sido estimulada pelo governo local, que no fim de junho anunciou a permissão para serem produzidos localmente veículos flex.
“Em contrapartida à oferta do nosso conhecimento, podemos obter com eles informações sobre a eletrificação em duas rodas. A Índia é pioneira nesse assunto e aplica a tecnologia a bicicletas, patinetes e triciclos. Podemos entender melhor como funciona esse mercado, e como fazer parte dele”.
A agenda ainda não foi fechada, mas Maluf garantiu que as rodadas de aproximação acontecerão no segundo semestre, de setembro a outubro.
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