São Paulo – As dificuldades advindas da persistente crise dos semicondutores trouxeram novo recorde negativo para o estoque de veículos das montadoras. As 76,4 mil unidades prontas nos pátios das fábricas e concessionárias são suficientes para abastecer o mercado por apenas treze dias úteis dias úteis. Tanto o volume como a quantidade de dias são as menores já registradas pela Anfavea desde que essa medição teve início, em dezembro de 1999.
Os dados se referem ao fim de agosto e foram divulgados na quarta-feira, dia 8. Até então, o detentor da pior marca histórica era o volume de julho, quando havia 85 mil veículos nos pátios das fabricantes e nas concessionárias do País, o equivalente a quinze dias.
Conforme o presidente da associação, Luiz Carlos Moraes, o cenário reflete a falta de chips, que paralisou onze fábricas no País em agosto e reduziu a oferta. “Isso se deve ao fato de tentarmos manter nível de faturamento e de emplacamento tanto para mercado interno como externo. Com as restrições que enfrentamos na produção usamos parte do estoque para atender a demanda”.
Os emplacamentos atingiram 172,8 mil unidades no mês passado, o que configurou o pior agosto desde 2005. O volume é 5,8% inferior ao mesmo mês de 2020, e 1,5% menor ante julho. Com isso, a média de 2021, que no primeiro semestre estava em 177 mil veículos, agora vai a 174 mil.
No acumulado do ano o setor mantém crescimento de 22%, com 1,4 milhão de veículos comercializados. O segmento que mais tem contribuído à alta nas vendas é o de comerciais leves, principalmente picapes cabines simples e dupla, vans e furgões, com 38,7 mil exemplares licenciados, a melhor marca para agosto desde 2013 e o melhor resultado desde dezembro de 2014, quando haviam sido vendidas 51 mil 027 unidades. O volume representa alta de 21,9% ante agosto do ano passado e de 0,3% com relação a julho. No ano, foram vendidos 280,9 mil comerciais leves, aumento de 49,1% frente ao acumulado de 2020.
Automóveis tiveram expansão de 14,6% nas vendas em 2021, com 1 milhão 47 unidades. Em agosto, houve queda de 15,6% ante o mesmo mês de 2020, com 119,8 mil exemplares, 3,1% menos do que em julho. O presidente da Anfavea destacou que os SUVs apresentaram crescimento de 48% no acumulado do ano:
“Pela primeira vez esse segmento vende mais do que a soma de hatches e sedãs, a participação dos SUVs nos automóveis é de 41%.”
Em agosto também foi alcançado o melhor resultado de híbridos e elétricos, com 3 mil 873 unidades, 2,4% de todo o mercado, sendo 3 mil 639 híbridos e 234 elétricos.
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