São Paulo – Após a realização de duas assembleias os trabalhadores da Toyota em São Bernardo do Campo, SP, aprovaram acordo negociado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC com a direção da empresa que garantiu reajuste pela inflação integral, de 10,42%, a inclusão de vale alimentação e a renovação de todas as cláusulas sociais vigentes. Também foi incluída no acordo coletivo de trabalho a cláusula de preferência para contratação de trabalhadores vacinados a partir de janeiro de 2022.
O INPC de 10,42% será aplicado aos salários de forma retroativa a 1º de setembro. O vale alimentação será pago a partir de novembro. De acordo com o diretor administrativo do sindicato, Wellington Messias Damasceno, a conquista do benefício é muito significativa, pois trata-se de um ganho real: “Diante do aumento do custo de vida, da alta nos alimentos, essa quantia aliviará um pouco o orçamento”.
O dirigente lembrou que, durante a negociação, a empresa propôs reajuste menor, mas se reposicionou e, com a mobilização dos metalúrgicos, foi possível chegar a um acordo melhor: “A Toyota teve coerência, fez revisão dos números a partir do seu planejamento de produção e venda e valorizou o esforço dos trabalhadores, sobretudo no ano passado e em 2017. Assim, chegamos aos 10,42%”.
Em todas as discussões realizadas com a direção da empresa, pontuou Damasceno, a pauta incluiu, também, as formas de garantir o futuro da Toyota em São Bernardo: “Queremos discutir o futuro dessa planta, se será uma fábrica de componentes, quais componentes produziremos e quais investimentos receberemos. Também queremos debater o que pode ser feito para garantir empregos e gerar novos postos de trabalho. As conversas são feitas sempre tendo em mente que uma grande empresa aqui fortalece e estimula outras a estarem ou virem para a nossa região”.
Demais empresas – Com a aprovação do acordo com a Toyota o sindicato finaliza as negociações de campanha salarial com as montadoras neste ano. Há cerca de vinte dias os trabalhadores aprovaram o acordo com a Scania. Já na Volkswagen e na Mercedes-Benz não houve negociações de campanha salarial, pois em ambas ainda estão em vigência os acordos de longa duração aprovados em 2020.
A campanha salarial nas demais empresas da base segue conduzida pela FEM/CUT, Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos do Estado de São Paulo/Central Única dos Trabalhadores. Na segunda-feira, 27, a federação protocolou o aviso de greve para os grupos G10, que inclui Fiesp, e o G10 Aeroespacial, que há cinco anos não fecham a convenção coletiva de trabalho com a FEM. O setor aeroespacial aceitou o reajuste pelo INPC de 10,42%, mas a proposta foi rejeitada porque não houve acordo com relação às cláusulas sociais. Já o G10 tradicional não apresentou proposta.
Os demais grupos que ainda não fecharam acordo neste ano são G2, de máquinas, aparelhos elétricos, eletrônicos, Siniem, de estamparia, e Siamfesp, de artefatos de metais não ferrosos, que continuam em negociação com a FEM.
Foto: Adonis Guerra/Divulgação