São Paulo – Ainda sob os efeitos da crise global de fornecimento de semicondutores a indústria brasileira de veículos produziu, em outubro, 177,9 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus, segundo divulgou a Anfavea em seu balanço na segunda-feira, 8. Foi o pior resultado para o mês dos últimos cinco anos, disse o presidente Luiz Carlos Moraes.
Ainda assim superou em 2,6% o volume registrado em setembro, 173,3 mil unidades, o que fez o presidente considerar como positivo o desempenho no mês passado. Mas ficou 24,8% abaixo do resultado de outubro do ano passado, quando a indústria ensaiava uma recuperação após os meses mais agudos de restrição por causa da pandemia, interrompida pelo baque logístico e, em especial, dos semicondutores.
Dados recentes da consultoria BCG, Boston Consulting Group, indicam que o mundo deixará de produzir de 10 a 12 milhões de veículos leves este ano por causa da escassez dos componentes eletrônicos. Há dois meses a consultoria tinha um prognóstico de 7 a 9 milhões de veículos.
“Pela primeira vez a BCG fala em estabilização da situação somente em 2023”, afirmou Moraes em entrevista coletiva, transmitida por videoconferência. “Para o ano que vem a estimativa é deixar de produzir 5 milhões de veículos”.
No acumulado do ano saíram das linhas de montagem 1 milhão 827 mil 707 unidades, crescimento de 16,7% com relação ao mesmo período do ano passado. O volume está dentro do projetado pela Anfavea, conforme suas últimas estimativas divulgadas no começo de outubro.
A abertura de PDVs em algumas fábricas fez com que o nível de emprego caísse em torno de quatrocentos postos de trabalho, fechando outubro com 102 mil 553 trabalhadores com carteira assinada nas montadoras. Moraes chamou a atenção para o aumento do fim do ano para o fim de outubro: 1,4 mil vagas criadas no setor.
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