São Paulo – A demanda existiu, e ainda existe, mas não há como a indústria produzir 2 milhões 459 mil veículos em 2021, como a Anfavea projetara em julho, quando corrigiu, para baixo, sua estimativa divulgada no início do ano. A escassez de semicondutores no mercado global atingiu as fabricantes brasileiras com mais força do que o esperado e a entidade precisou, novamente, na quarta-feira, 6, divulgar novas expectativas para produção, vendas e exportações para o ano. E, de novo, com números menores.
Desta vez o presidente Luiz Carlos Moraes não cravou um número, mas um intervalo. Há uma projeção mais pessimista e uma mais otimista, até porque, segundo o presidente da Anfavea, é difícil traçar uma visão de prazo mais longo: as próprias montadoras têm dificuldade para planejar a semana que vem.
“Em agosto a consultoria IHS Markit divulgou um relatório em que projetava produção de 80,8 milhões de veículos, no mundo, este ano. Um mês depois corrigiu para 75,8 milhões de unidades, estável com relação ao ano passado, ano de pandemia.”
Segundo a Anfavea sairão das linhas de montagem de 2 milhões 129 mil a 2 milhões 219 mil veículos, volume que representará crescimento de 6% a 10% com relação a 2020. Os pesados têm desempenho melhor, com alta de 58% a 60%, enquanto os leves deverão crescer de 3% a 7%.
“Nossa projeção desta vez foi feita com base na produção. Costumamos olhar a demanda de mercado na hora de estabelecer as estimativas, mas, diante desta situação, fizemos o contrário. Então o mercado absorverá o que conseguirmos montar nas linhas.”
O mercado doméstico poderá cair 1%, com 2 milhões 38 mil veículos, ou crescer até 3%, somando 2 milhões 118 mil unidades. De novo, com diferença dos leves, queda de 2% a crescimento de 1%, para os pesados, alta de 27% a 33%.
Da mesma forma foram corrigidos os volumes projetados para as exportações: crescimento de 10% a 16%, somando de 356 mil a 377 mil unidades. Em julho a Anfavea divulgara estimativas, essas revisadas para cima, de 389 mil embarques, volume 20% superior a 2020.
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