São Paulo – O Estado de Minas Gerais emplacou, no acumulado do ano, mais veículos que São Paulo: de janeiro a novembro foram licenciadas 390,7 mil unidades no Estado mineiro, enquanto que, no paulista, 384,1 mil unidades. O feito inédito, na avaliação do presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, durante coletiva de imprensa na segunda-feira, dia 6, deve-se ao ICMS, cuja alíquota em São Paulo subiu em janeiro deste ano de 12% para 13,3% e, em abril, passou por outro reajuste, para 14,5%, ao passo que em Minas Gerais o porcentual incidente na produção de veículos é de 12%.
“Nós já havíamos sinalizado essa possibilidade em outubro, e em novembro aconteceu. No acumulado do ano Minas passou São Paulo em veículos leves. O ICMS faz muita diferença, principalmente em um período de recuperação do setor.”
De janeiro a novembro, as vendas totais no mercado interno atingiram 1 milhão 913 mil unidades, aumento de 5,4% com relação ao mesmo período de 2020. O volume, no entanto, é bem inferior ao registrado nesse intervalo em anos anteriores, como 2019, com 2 milhões 525 mil veículos e 2018, com 2 milhões 332 mil unidades. Moraes pontuou que, devido à falta de semicondutores e à consequente menor disponibilidade de produto, o comércio de automóveis acumula queda de 1,3% ao mesmo tempo em que os emplacamentos de SUVs cresceram quase 30%. Esse tipo de veículo respondeu por 42,5% de participação nas vendas em 2021.
Locadoras também tiveram importante contribuição ao longo do ano, citou o presidente da Anfavea, com 365 mil unidades, cerca de 20% do total e 48% das vendas diretas. “O volume está em linha com a expectativa da associação do segmento, a Abla, que estima que as compras cheguem a 400 mil unidades até o fim do ano.”
Considerando apenas novembro, foram comercializadas 173 mil unidades de 0 KM, alta de 6,5% com relação a outubro. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, porém, o volume é 23,1% inferior. Segundo Moraes, isso se deve ao fato de a base de comparação estar inflada por causa de pedidos represados após parada das fábricas no segundo trimestre, assim que a pandemia aportou no País, o que levou também ao fechamento dos Detran e consequente período de hiato nas vendas.
“Houve uma forte retomada no segundo semestre, tanto que em novembro de 2020 foram emplacadas 225 mil unidades. Já no mês passado os licenciamentos foram impactados por problemas no fornecimento, na logística e nas dificuldades de ampliar a produção.”
Embora os dados representem o melhor desempenho desde julho deste ano, para o mês de novembro tem se o pior resultado desde 2005, ou seja, em 16 anos.
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