São Paulo – Embora em 2021 as vendas de automóveis tenham apresentado recuo de 3,6%, ao totalizarem 1 milhão 558 mil unidades, prejuízo ocasionado pela falta de peças e semicondutores que reduziu a oferta de modelos 0KM, o emplacamento de SUVs se destacou com crescimento de 26,5%, ao passo que os demais outros modelos caíram 18%. Dados da Anfavea apresentados em coletiva de imprensa na sexta-feira, 7, mostram que, diante da maior demanda do brasileiro pelos SUVs, a participação no segmento de automóveis foi de 42,7% no ano passado.
Para o presidente Luiz Carlos Moraes, trata-se de resultado bastante satisfatório. Ele destacou também que foram comercializados 403 mil veículos para o mercado de locação, que respondeu por 21% do total de emplacamentos de veículos leves.
Ao todo, as vendas de leves somaram 1 milhão 977 mil unidades, número praticamente estável ante 2020, com avanço de 1,1%. A outra parcela que compõe esse setor, a de comerciais leves, apresentou crescimento de 23,5% nos licenciamentos de 2021, ao contabilizar 418 mil 643 unidades.
Considerando todo o mercado, ou seja, inclusos caminhões e ônibus, foram emplacados ao longo do ano passado 2 milhões 119 mil unidades, alta de 3% ante 2020, impulsionada pelo último mês do ano, com 207 mil vendas – melhor resultado do ano mas o pior dezembro desde 2016. Apesar do pequeno crescimento, esse número faz com que o volume de vendas anuais igualmente retroceda em cinco anos, quando o montante estava em patamar similar. Na comparação com 2019, quando haviam sido licenciadas 2 milhões 788 unidades, a queda é de 24%.
Quanto ao total de automóveis, o retrocesso é ainda maior, pois o volume de vendas volta ao nível de 2006 – à época, haviam sido emplacadas 1 milhão 630 mil carros.
Minas lidera – Os resultados anuais comprovam o que já havia sido sinalizado em novembro, que os emplacamentos em Minas Gerais superavam os de São Paulo. Dos 2 milhões 119 mil veículos vendidos em 2021, 466 mil 607 veículos foram licenciados em Minas, 22% do total e aumento de 13% ante 2020. E São Paulo, pela primeira vez, ocupou o segundo lugar do ranking, com 453 mil 637 unidades, 21,4% do total e 8% menos do que no ano anterior.
Para Moraes, isso se deve à alíquota de ICMS, que no Estado paulista é de 14,5% – em janeiro foi de 12% a 13,3% e, em abril, ao atual patamar –, enquanto que no mineiro, 12%. “É a primeira vez em que São Paulo perde a liderança nos emplacamentos do Brasil. Isso reforça a nossa preocupação com a elevada carga tributária.”
Em dezembro, o secretário estadual da Fazenda e Planejamento, Henrique Meirelles, disse à AutoData, no entanto, que a perda da hegemonia se devia ao movimento de locadoras, que emplacam em Minas para circular em São Paulo.
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