São Paulo – Seiscentos trabalhadores da fábrica da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo, SP, entrarão em férias coletivas no mês que vem devido à escassez de componentes eletrônicos. Os profissionais, que atuam nas áreas de câmbio, eixos e caminhões, ficarão em casa de 14 a 25 de março, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A fabricante emprega em torno de 8 mil funcionários em sua unidade do ABC Paulista, sendo 6 mil no chão de fábrica – ou seja, 10% do efetivo da linha de produção não trabalhará por doze dias.
Procurada, a montadora justificou que “em razão da crise global de abastecimento de semicondutores irá ajustar sua produção de caminhões” e confirmou informação do sindicato sobre a possibilidade de colocar outro grupo de funcionários em férias coletivas no fim de março, a depender da disponibilidade das peças.
De acordo com o coordenador do comitê sindical na Mercedes-Benz, Sandro Vitoriano, a situação mudou de uma hora para outra, pois havia grandes expectativas para este ano devido ao incremento das exportações impulsionadas pelo agronegócio, à antecipação de compras por causa da mudança de motorização para o Euro 6 em 2023 e também por demanda reprimida como reflexo da pandemia.
Tanto que para atender a essa maior procura, relatou Vitoriano, no fim de janeiro a companhia chegou a discutir com a entidade a possibilidade de implantar jornadas adicionais e efetuar contratações: “No entanto, depois de alguns dias e diante do agravamento da falta de peças o cenário se inverteu: houve cortes no volume e a empresa sinalizou que haverá férias coletivas”.
A Mercedes-Benz afirmou, em nota, que “reforça seu forte compromisso em atender os clientes e tem adotado alternativas junto à cadeia brasileira de suprimentos e ao grupo Daimler Truck mundialmente para enfrentar os desafios diários de abastecimento de peças, situação sem precedente na indústria global.”
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