São Paulo – Em linha com as projeções de especialistas de mercado os dados divulgados pelo IBGE na sexta-feira, 4, mostram que o PIB de 2021 avançou 4,6% com relação ao ano anterior, contabilizando R$ 8,7 trilhões. Com o resultado as perdas de 2020, quando a economia havia encolhido 3,9%, foram recuperadas.
O PIB per capita, por sua vez, ainda não superou a queda de 2020, de 4,6%. No ano passado houve crescimento de 3,9%, chegando a R$ 40 mil 688 em valores correntes.
Os setores de serviços e indústria, que representam, juntos, 90% da geração de riquezas do País, dirigiram o crescimento do PIB de 2021 com incrementos de 4,7% e 4,5%, respectivamente. A agropecuária recuou 0,2% em decorrência da estiagem prolongada e de geadas.
De acordo com o IBGE a indústria de transformação cresceu 4,5%. Contribuíram para o desempenho o aquecimento nas atividades da indústria automotiva, da fabricação de máquinas e equipamentos, da metalurgia, da produção de outros equipamentos de transporte e de produtos minerais não metálicos. Devido ao aumento na extração de minério de ferro as indústrias extrativas tiveram incremento de 3%.
Favorecidos principalmente pela construção civil, que cresceu 9,7% no ano passado – depois de amargar queda de 6,3% em 2020 –, os investimentos avançaram 17,2%. A taxa de investimento subiu de 16,6% para 19,2% em um ano.
A balança de bens e serviços registrou aumento de 12,4% nas importações e de 5,8% nas exportações. Em 2020 ambas haviam recuado, respectivamente, 9,8% e 1,8%.
Com relação à pauta de exportação da indústria, ocuparam posição de destaque os embarques de veículos, produtos de metal, metalurgia e extração de petróleo e gás natural. Dentre as importações tiveram maior peso compras para a indústria automotiva, produtos de metal, máquinas e aparelhos elétricos e produtos químicos.
Segundo afirmou à Agência Brasil a coordenadora de contas nacionais do IBGE, Rebeca Palis, como a economia aqueceu o País acabou importando mais do que exportando, o que gerou deficit na balança de bens e serviços: “Isso puxou o PIB um pouco para baixo, contribuindo negativamente para o desempenho da economia”.
No último trimestre do ano o PIB, que avançou 0,5% ante o terceiro trimestre e 1,6% frente a igual período em 2020, apresentou crescimento de 0,5% com relação aos três últimos meses de 2019, quando ainda não havia a pandemia. No entanto o indicador ainda está 2,8% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica na série histórica, atingido de janeiro a março de 2014.
As perspectivas de geração de riquezas para 2022, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central, no entanto, apontam, apenas, para leve alta de 0,3%.