São Paulo — 2022 será melhor para as marcas que comercializam veículos importados no Brasil, acredita João Oliveira, presidente da Abeifa, que revelou sua expectativa durante videoconferência com jornalistas na segunda-feira, 7:
“Já chegamos ao fundo do poço e acreditamos que nos próximos meses o segmento começará a registrar recuperação gradual. Março costuma ser um bom indicador de como será o ano e, assim, estamos ansiosos para ver os resultados do mês”.
A projeção é de alta de 2% nas vendas de importados aqui, chegando a 250 mil unidades, volume que considera as marcas associadas e as não associadas à Abeifa. Considerando apenas as associadas o presidente disse que o resultado deverá ser igual ao do ano passado, com um crescimento máximo de 2%.
Oliveira advertiu para alguns pontos de atenção ao longo do ano para que seja possível atingir esse resultado, e um deles é a guerra da Rússia na Ucrânia, que pode, sim, causar impactos para algumas empresas associadas:
“Sim, existem riscos. Primeiro por causa de toda a parte econômica envolvida, as sanções que já começaram e seus possíveis impactos. Também temos alguns fornecedores importantes na Ucrânia e não sabemos o tamanho do impacto que eles terão de absorver. Vamos olhar de perto para toda essa situação e as eventuais paradas de produção na Europa”.
O acesso ao crédito para financiamento também é um ponto que a Abeifa monitora o tempo todo, assim como outros desafios ligados ao cenário macroeconômico do País, como o dólar, que deverá seguir no patamar de 2021, em torno de R$ 5,40, inflação e queda da previsão de ampliação do PIB para 2022.
Junto ao governo federal a entidade segue trabalhando nas mesmas pautas do ano passado: adequação das alíquotas do IPI para híbridos e elétricos, que mesmo com a redução manteve as distorções anteriores, regime de importação que acelere a entrada desse tipo de veículo no País e legislação para fomentar o avanço dos veículos recreativos fora de estrada, para a qual a Abeifa apresentará estudo para o governo ao longo do mês.