Principal negócio da ZF no Brasil superou a divisão de veículos de passeio
Sumaré, SP – O principal negócio da ZF após a conclusão da aquisição da Wabco, em janeiro deste ano, tornou-se a divisão de veículos comerciais no Brasil. A união dos portfólios trouxe uma ampla gama de produtos disponíveis e fornecidos às principais montadoras de caminhões e ônibus, que fez a área superar, em faturamento, a divisão de veículos de passeio – que, no âmbito global, ainda é a principal.
À frente da operação, e também da divisão de tecnologia industrial, está o diretor Silvio Furtado, engenheiro industrial e mecânico que há 18 anos trabalha na ZF do Brasil. E a ele cabe desenvolver duas importantes missões: inovar e nacionalizar.
Uma missão acaba completando a outra. São as inovações apresentadas pela ZF aos seus clientes que vão entrar nas linhas das sete fábricas brasileiras, a depender dos volumes demandados. “Os pedidos de nacionalização não vêm apenas dos clientes: dentro da companhia a necessidade foi mapeada, especialmente após os últimos meses com pandemia e dificuldades de abastecimento”.
Assim foi feito com a Traxon, transmissão automatizada que desde 2020 é produzida em Sorocaba, SP. E em julho, para atender demandas Euro 6, entra em linha um outro modelo da Traxon, com Intarder integrado – um retardador de velocidade, que, segundo calcula a ZF, reduz em até 90% a utilização dos freios. “Vocês conhecerão o cliente e o modelo na Fenatran, assim como uma inovação da ZF brasileira, a aplicação da Traxon em um chassi de ônibus rodoviário. É a primeira do mundo”.
Caminho semelhante deverá tomar a Powerline, transmissão automática inspirada na 8HP, aplicada em automóveis. Destinada até a veículos semipesados foi homologada para modelos brasileiros e começará a ser fornecida ainda este ano, ainda importada, e os clientes também serão conhecidos na Fenatran.
A lista de inovações é grande e envolve, também, tecnologias para a eletrificação. Furtado apresentou algumas a jornalistas na quinta-feira, 9, quando o grupo visitou a fábrica de Sumaré, SP, que era da Wabco. Dentre elas destaca-se o sistema ConAct, um sistema de acionamento automatizado de embreagem, com data de nacionalização marcada para os próximos meses e demanda estimada de 60 mil unidades de caminhões extrapesados, e o eWorX, que usa a bateria do caminhão elétrico para operar o implemento.
O AVE 130, eixo elétrico aplicado em ônibus, estreia no eO500U, chassi elétrico que a Mercedes-Benz está nacionalizando.
Outra grande aposta é o sistema de freios iEBS, que chega ao Brasil no último trimestre. Aplicado em carretas, é uma evolução do EBS e ajuda a evitar tombamentos de caminhões, por manter a estabilidade do semirreboque. “Este pode, também, ser aplicado em retrofit, em equipamentos já em uso. Já existe demanda de transportadores por isso, que fazem as contas e conseguem chegar à conclusão de que vale a pena pois, inclusive, reduz o custo dos seguros”.
Muito desenvolvimentos já são fruto da união das duas empresas, que, embora tenha formalmente se dado em janeiro, já rende trabalhos conjuntos há pelo menos dois anos. Furtado disse que a fusão, tanto aqui como no Exterior, foi positiva: “São poucos os produtos que se sobrepuseram. A maior parte se complementou”.