São Paulo – O Sindipeças revisou para baixo a sua projeção para a produção de veículos para 2022 após o resultado do primeiro semestre. A expectativa, agora, são 2 milhões 232 mil unidades produzidas, o que representa leve retração de 0,7% sobre 2021. As novas estimativas foram divulgadas por Cláudio Sahad, presidente do Sindipeças, durante o segundo dia do Seminário AutoData Revisão das Perspectivas 2022, realizado de forma online até a quarta-feira, 6.
Sahad também apresentou as projeções por segmento, com expectativa de retração de 0,5% na produção de automóveis, queda de 2,1% em comercias leves e 2,8% de recuo nos caminhões. A única alta produtiva viria do segmento de ônibus, com crescimento de 24,7%.
Para o setor de autopeças as projeções são um pouco melhores, com alta de 9,1% no faturamento ante 2021, chegando a R$ 178,5 bilhões. Os investimentos deverão somar R$ 2,3 bilhões, expansão de 0,6% sobre 2021, com o número de postos de trabalho crescendo 0,7%.
As exportações do setor de autopeças em 2022 deverão chegar a US$ 7,4 bilhões, contra US$ 18,6 bilhões de componentes importados, gerando déficit de 11,2%. É necessário lembrar que parte do valor importado é gasto por empresas locais para abastecer a produção de outros itens nacionais.
Diante dos números projetados o presidente do Sindipeças apresentou, também, uma lista grande de desafios que deverão ser superados pela indústria nacional de autopeças e de autoveículos, começando pelos entraves locais: instabilidade política por causa do ano eleitoral, inflação resistente e disseminada, desaceleração da atividade econômica, aumento da inadimplência e endividamento das famílias e a necessidade de aprovação das reformas estruturais:
“Globalmente é necessário conseguir controlar totalmente a pandemia, um ponto muito importante para que as operações voltem a ser como eram. Teremos os efeitos do desequilíbrio nas cadeias de fornecimento, problemas logísticos, inflação em alta e o risco de recessão em diversos países”.
2023 – Para o ano que vem a expectativa de Sahad é de que os entraves globais e locais persistam, mas a produção de veículos deverá ser de 2 milhões 368 mil, incremento de 6,1% ante o projetado para 2022. O retorno aos volumes registrados em 2013, quando a indústria produziu 3 milhões 740 mil veículos, só deverá acontecer em 2030 ou depois.
No ano que vem o crescimento será puxado pelos comerciais leves, com perspectiva de alta de 13,8% na produção, e pelos automóveis, com avanço de 6,4% sobre 2022. No segmento pesado o cenário não é dos melhores: queda de 10,2% em caminhões e 27,8% em ônibus.
Para a indústria de autopeças a projeção é de faturamento de R$ 188,4 bilhões, valor 5,5% maior do que em 2022. O número de empregos gerados pelo setor deverá avançar 1,2%, chegando a 245,8 mil.