São Paulo – Para continuar sendo um protagonista global a indústria automotiva nacional precisa investir e fazer parte do desenvolvimento das tecnologias do futuro, como veículos híbridos flex, elétricos, baterias, dentre outros. Para Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, que participou da abertura do Simea 2022, 29º Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva, esse é o momento mais desafiador que a indústria local já viveu:
“Precisamos definir se vamos abandonar tudo que foi feito até agora ou se vamos investir. As novas rotas da mobilidade demandam investimentos no País, nas fábricas, teremos muitas oportunidades no futuro se definirmos a previsibilidade para esses desenvolvimentos. Se isso não for feito o Brasil perderá o timing e também perderá investimentos futuros”.
Para o presidente, manter a indústria nacional como protagonista, também significa manter os aportes em Pesquisa e Desenvolvimento, já que o setor automotivo é responsável por 36% do total investido por ano em P&D no País e, sem ele, “não existirá P&D no Brasil”.
Lima lembrou, mais uma vez, de outras oportunidades que virão com o avanço da eletrificação em grandes mercados como Europa, abrindo a chance do Brasil ser uma grande base exportadora de veículos com a motor a combustão.
Margarete Gandini, coordenadora geral de implementação e fiscalização de regimes automotivos da Secretaria de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação, do Ministério da Economia, considerada a principal interlocutora do setor automotivo com o governo federal, também participou da abertura do evento e lembrou dos avanços recentes. Um deles foi o Inovar-Auto, que trouxe metas de eficiência energética para veículos leves, assim como a criação do Rota 2030, em três ciclos, mirando uma determinada evolução nas emissões para cada período:
“Também estava em discussão o plano nacional de renovação de frota, que foi aprovado no Congresso para o segmento de veículos pesados, um avanço importante que demonstra a preocupação com as emissões da frota circulante. No futuro também precisaremos construir uma rota como essa para veículos leves, assim como a inspeção técnica veicular”.