São Paulo — A Jac abriu seu atendimento a um novo segmento de caminhões elétricos, o de 10 a 15 toneladas, com o lançamento do modelo E-JT 12,5, que disputará mercado diretamente com o e-Delivery, da Volkswagen Caminhões e Ônibus. Mas seu diferencial, segundo o presidente Sergio Habib, será o preço: R$ 699 mil, R$ 250 mil abaixo do concorrente que oferece a mesma capacidade de carga, 8,5 toneladas.
Ao comparar com um veículo semelhante com motor a diesel o preço fica, em média, R$ 250 mil mais caro, valor que se justifica pela economia ao rodar, lembrou Habib: “Nosso veículo gasta R$ 0,40 por quilômetro rodado, enquanto o similar a diesel gasta R$ 1,80, gerando economia de R$ 1,40 a cada quilômetro”.
Para Habib o mercado de caminhões elétricos no Brasil, este ano, será de setecentas unidades, mesmo volume de 2021, quando a Jac vendeu seiscentas unidades do total emplacado no País. Ele projeta vender outras seiscentas unidades por ano do novo modelo, mesmo volume do iEV 1200T. As primeiras unidades, porém, só chegarão em 2023:
“Não teremos tempo para realizar todo o processo de comercialização e entregar o veículo até dezembro. Nossos clientes o testarão por uma ou duas semanas para depois fechar a compra quando, enfim, colocamos o pedido para a China, com prazo de quatro a seis meses para a entrega. Por causa do alto custo do veículo a Jac só faz o pedido para a matriz após a venda fechada no Brasil”.
A Jac já possui uma lista de empresas que solicitaram o E-JT 12,5 para testes, mas não divulgou seus nomes. Na sua carteira atual estão empresas como JSL, DHL, Mercado Livre, Pepsico e Droga Raia . A expectativa é a de que empresas dos segmentos de gás e de distribuição de bebidas representem a maior demanda por este modelo.
Este caminhão possui autonomia declarada de 150 quilômetros quando carregado com a carga máxima de 8,5 toneladas, distância que deverá aumentar conforme a distribuição de produtos é realizada, pois o peso da carga vai sendo reduzido e o consumo da bateria também — a Jac diz ser possível chegar a autonomia de 180 quilômetros com uma carga. O motor elétrico gera 235 cv de potência, acoplado a um câmbio de duas marchas, que melhora o consumo na saída.
A garantia é de três anos para o caminhão e de cinco anos para bateria e toda a parte eletrônica, com um diferencial: se a bateria perder 25% da sua autonomia durante o período da garantia a Jac realiza a troca sem custo para o cliente. A projeção é de que isto aconteça após 4 mil ciclos completos de recarga, o que demorará quatro anos se o veículo for carregado todo dia.
O pós-vendas usará o mesmo sistema que já é usado para o iEV 1200T, com a Jac enviando mecânicos de avião ou de carro para todo o Brasil: vão até o cliente e realizam o serviço de manutenção. A empresa tem, hoje, nove profissionais “de alto salário”, segundo Habib, para atender a essas demandas, e a expectativa de ampliar o grupo para quinze.
A rede que comercializa veículos comerciais elétricos da Jac é composta por nove unidades.
Próximos lançamentos — O presidente da Jac confirmou a chegada da picape iEV 330P, apresentada em setembro de 2020, em dois meses. A pandemia gerou alguns atrasos no desenvolvimento da nova geração da picape, segundo o executivo.