São Paulo – Enquanto o setor de máquinas rodoviárias espera um 2023 com empate ou pequena expansão sobre o resultado de 2022, as fabricantes de máquinas agrícolas acreditam em leve queda. Os setores foram debatidos no painel do Congresso AutoData Perspectivas 2023 em que participaram Alexandre Bernardes, presidente da câmara setorial de máquinas rodoviárias da Abimaq e Pedro Estevão Bastos de Oliveira, presidente da câmara setorial de máquinas agrícolas da entidade.
Segundo Bastos de Oliveira a entidade ainda não fechou os números, mas crê que a indústria de máquinas agrícolas tenha um recuo de cerca de 2% no ano que vem. “É necessário lembrar que, mesmo com essa queda, não será um ano ruim porque a base comparativa é alta”.
Ele disse que este ano o faturamento do setor será de R$ 92 bilhões, com alta de 5% na comparação com 2021.
Bernardes, que disse estar otimista com o desempenho da linha amarela no ano que vem, apontou alguns temas que podem gerar impacto nos negócio e que estão no radar: “Em conversas com os clientes também vejo otimismo, mas temos que estar atentos a alguns pontos como uma possível recessão de economias importantes, caso da China, Estados Unidos e Europa, e os impactos disto junto com o aumento da inflação e da taxa de juros global”.
No Brasil, em 2023, as vendas de máquinas rodoviárias seguirão impulsionadas por ações na área de infraestrutura, que poderá ficar ainda mais aquecida por ser o primeiro ano de um novo governo, pela construção civil e pelo agronegócio.
O recuo esperado na demanda por máquinas agrícolas é reflexo de uma janela ruim para investimentos, de acordo com Bastos de Oliveira, por causa dos juros altos praticados pelos bancos privados, de 15% a 18% ao ano, sem a opção de juros equalizados pelas linhas do Plano Safra, que teve seus recursos esgotados para Moderfrota e Pronaf em 45 dias: “Essa taxa é fixa, mais uma razão que o agricultor avalia na hora de investir, porque serão de cinco a sete anos pagando”.