São Bernardo do Campo, SP – Com os estoques reduzidos e na iminência de precisar parar a produção de caminhões e chassis em São Bernardo do Campo, SP, por falta de peças, Adolpho Bastos, vice-presidente de logística da Scania Operações Industriais, precisou importar, de operações na Europa, alguns componentes para manter a produção local. Deu certo: agora, com os fornecedores do Rio Grande do Sul retornando, o risco de parar foi reduzido.
“Todos eles voltaram a produzir, ainda que com alguma restrição. Mas precisamos movimentar muita coisa, além das importações: oferecemos matéria-prima, buscamos fazer montagem de um ou outro componente em outro parceiro. Cada fornecedor era um caso e buscamos auxiliar no possível para evitar paradas na nossa fábrica.”
Segundo o executivo de 12% a 15% dos fornecedores Scania estão no Rio Grande do Sul. Ele lamentou a tragédia que, mais do que as empresas, afetou a população. Há ainda elevado índice de absenteísmo na produção dos fornecedores, até porque alguns funcionários têm coisas mais graves com o que se preocupar, por ainda estarem sem moradia ou com familiares com problemas.
“Foi muito triste e grave o que aconteceu no Sul. Fornecedores não conseguiam produzir porque faltava água, faltava energia, estradas estavam fechadas. A situação foi pior na Grande Porto Alegre e na região da Serra o estrago foi menor.”
Bastos disse que risco de parar ainda existe mas acredita que a pior fase já passou. De toda forma a equipe de logística da Scania segue monitorando a situação e não descarta importar mais caso seja necessário: “Houve ruído na fábrica, até porque algumas indústrias anunciaram paralisação, mas conseguimos passar esta etapa sem precisar parar a produção”.