São Paulo – Para acompanhar os R$ 130 bilhões que as montadoras aplicam em investimentos no mercado brasileiro a cadeia de fornecedores deverá, nas contas do Sindipeças, desembolsar R$ 50 bilhões de 2024 a 2028. O valor, segundo Gábor Deák, seu diretor de tecnologia, que participou da abertura do Simea, Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva, organizado pela AEA, Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, será destinado à atualização tecnológica de processos e produtos:
“Não será um dinheiro destinado à expansão de capacidade. Será aplicado em atualização tecnológica, para poder atender às exigências de emissões e segurança que vêm por aí”.
O diretor do Sindipeças citou o Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, como vetor dos investimentos. A descarbonização, com a maior aplicação de powertrains eletrificados nos veículos produzidos no País, é outro impulsionador de novos projetos na cadeia fornecedora.
O Sindipeças tem 512 empresas associadas, das quais de sessenta a oitenta de grande porte. Assim os investimentos se diferenciam: “Enquanto algumas podem buscar tecnologias em suas matrizes outras desenvolvem projetos locais. Nestes casos o Mover é importante”.
O setor de autopeças costuma investir de R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões por ano. O Mover, portanto, demandou um aumento no desembolso das empresas. Deák disse que os créditos financeiros do Mover, que em cinco anos somarão mais de R$ 19 bilhões, estão se esgotando rapidamente. “Todo mundo está correndo atrás de novos projetos”.
Brasil bem posicionado na descarbonização
A trigésima-primeira edição do Simea traz como tema principal a mobilidade verde e a transição energética. Na abertura o presidente da AEA, Marcus Vinícius Aguiar, disse que os planos globais para veículos elétricos sofreram uma reviravolta no último ano e o Brasil está bem posicionado por seu leque de opções de descarbonização.
Aqui, segundo os debatedores no painel de abertura, o principal caminho deverá ser os biocombustíveis, aliados ou não com a eletrificação, como nos híbridos flex.
“Temos a oportunidade por estar na vanguarda da transição energética”, afirmou Henry Joseph Júnior, diretor técnico da Anfavea. “Nosso biocombustível e a tecnologia flex já é exemplo para outros países, como Índia e Tailândia”.